Quando se apresentar à Polícia Civil para prestar explicações sobre a loja de fogos de artifício que explodiu, o dono do local, Sandro Luiz Castellani, será indiciado pelo crime de explosão, com os "agravamentos" de dano (material), lesão corporal e homicídio, segundo o delegado Alberto José Mesquita Alves. Porém, segundo a polícia, até ontem, o comerciante não havia aparecido no 3º DP de Santo André, que investiga o caso.

O delegado contou que a mulher do comerciante, Conceição Aparecida Castellani, 41 anos, também poderá ser indiciada pelos crimes, já que seu nome consta no contrato social da Pipas e Cia.

Alves explicou que, por ser consequência da explosão, a responsabilidade pelos danos aos veículos e imóveis, pelos ferimentos das dezenas de vítimas e pelas duas mortes farão parte da mesma investigação. No caso de condenação, as penas serão somadas pelo juiz que determinar a sentença.

O delegado não descarta também uma acusação de homicídio doloso (com intenção de matar) contra Castellani e sua mulher. Tudo vai depender do que a perícia do IC (Instituto de Criminalística) determinar. Se a hipótese de que uma fábrica com depósito de explosivos se confirmar, a situação do casal pode se complicar.

O delegado afirmou que pretende ouvir Castellani e liberá-lo em seguida. Porém, dependendo do que o IC descubra, a prisão temporária do comerciante poderá ser pedida à Justiça, segundo afirmou o delegado. "Tudo depende do que conseguirmos apurar e provar", disse Alves.

Por não ter a prisão decretada, Castellani não é considerado foragido. Segundo o delegado, até ontem, nenhum advogado havia se apresentado em nome do comerciante. E seus parentes diziam não saber nada sobre seu paradeiro.

A polícia ouviu doze testemunhas da explosão ontem, mas a maioria dos envolvidos deve ser ouvida na próxima semana, segundo informou o delegado.