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Crânio é achado em cemitério de Diadema

Diário denuncia situação precária em
relação à segurança do espaço desde 2014

Daniel Macário
30/10/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC:


O cenário de precariedade do Cemitério Municipal de Diadema tem se agravado ano após ano. Desde 2014, o Diário acompanha a situação do equipamento público, onde relatos de violações em túmulos e roubos de grades de proteção são constantes. Na tarde de sexta-feira, no entanto, o problema atingiu ápice. Às vésperas do feriado de Finados, durante visita ao local, a equipe do Diário encontrou crânio humano em cima de um banco. A Prefeitura afirmou ter aberto sindicância para apurar o caso. A estrutura óssea estava localizada ao lado de entulhos. Além da sujeira, o espaço tem mato alto e mau cheiro.

Questionados sobre o crânio fora do túmulo, funcionários da administração do cemitério informaram, num primeiro momento, desconhecer o caso. No entanto, na sequência foram avisados por colaborador da manutenção que o material havia sido localizado dias antes. “O pessoal da limpeza encontrou no mato, no início da semana”, destacou o profissional. Funcionários afirmaram ainda que, desde o início do ano, o cemitério não havia sido alvo de furtos. “Vamos ter que verificar se (o crânio) é de criança ou adulto e apurar o que pode ter ocorrido”, destacou uma colaboradora.

Apesar da aparente surpresa da equipe gestora do equipamento público em relação ao episódio, munícipes destacam que o caso não é isolado. “Há cinco anos, roubaram o crânio do meu padrinho (que está enterrado no cemitério). Pensamos em entrar na Justiça, mas é tão burocrático esse processo, que optamos por deixar de lado”, revela o morador da cidade, Anderson Luiz de Almeida, 38 anos.

Ao lado do pai, Almeida realizava a manutenções do túmulo pertencente à família. “No início do ano, roubaram o portão de bronze que protegia os caixões. A administração do cemitério nos informou sobre o assunto, mas, segundo eles, é nossa responsabilidade fazer a aquisição de outro, o que achamos um absurdo, pois nem segurança o local tem”, desabafa. Segundo ele, a família precisou desembolsar em torno de R$ 400 na compra de outra proteção. “Deixamos desde o início do ano só com o concreto colocado pelo próprio cemitério, pois não tínhamos dinheiro para arcar com esse valor.” A equipe do Diário constatou, ainda, série de túmulos do cemitério violados. Alguns contam com concreto improvisado como forma de preservar os caixões, que estão em seu interior.

A administração do prefeito Lauro Michels (PV) chegou a prometer, no fim de 2014, a instalação de câmeras de monitoramento nas dependências da área, no entanto, após dois anos, o projeto sequer saiu do papel. O cemitério ainda sofre com outras falhas estruturais, como falta de iluminação, banheiros danificados e infiltrações. Desde a última visita do Diário no local, em 2015, a única mudança notada foi a elevação dos muros e a instalação de arame no entorno do espaço.

Procurada, a Prefeitura disse ter recolhido o crânio na tarde de sexta-feira, após a denúncia do Diário. O Paço ainda destacou que abriu “sindicância para verificar em que condições o fato ocorreu, e dará prosseguimento às medidas cabíveis”. Por meio de nota, a administração destacou ainda que conta com profissionais para executar a manutenção do local. 




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