O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Luciano Coutinho, disse ontem que os desembolsos do banco ficarão, em 2011, abaixo do nível de R$ 146 bilhões estimados para 2010.

Segundo ele, o crescimento dos empréstimos do banco já foi moderado neste ano, na comparação com os R$ 137 bilhões desembolsados no ano passado, que representaram crescimento de quase 50% em relação a 2008. "Chegou a hora de pensar a contribuição do sistema financeiro privado para o desenvolvimento do País", disse Coutinho, referindo-se ao plano de incentivos ao financiamento privado de longo prazo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, promete lançar ainda neste ano.

Para Coutinho, o BNDES deverá se concentrar no financiamento de projetos de infraestrutura que exijam prazos elevados e no fomento aos investimentos em inovação, que têm maior risco.

Ele afirmou que, se forem concretizados os planos do novo governo, de redução de gastos e do endividamento público, haverá espaço para a redução gradativa dos juros e o rompimento da cultura, no mercado financeiro, que segundo ele privilegia os títulos públicos por causa da alta remuneração e liquidez.

BNDES ADVERTE - "Daqui para frente, a intenção é de abrirmos espaço para o financiamento privado de longo prazo e estimularmos a expansão dos investimentos com aumento da poupança interna. Poupança externa é bem-vinda, mas temos que fazer o nosso dever de casa. Poupança externa é bom, mas tudo em excesso pode fazer mal. Poupança externa deve ser assim: aprecie com moderação", disse, acrescentando que o financiamento externo da economia não deve ultrapassar 4% ou 5% do PIB (Produto Interno Bruto).

Segundo ele, estimativas do BNDES projetam crescimento anual da infraestrutura de 9,9% até 2014, com investimentos totais somando R$ 1,59 trilhão (incluindo indústria, infraestrutura e edificações).