Kathryn Bigelow acaba de ser indicada para concorrer ao Globo de Ouro de melhor direção com o ex-marido, James Cameron. Ela, por "The Hurt Locker". Ele, por "Avatar". O filme de Cameron ocupa atualmente bem um terço do mercado exibidor do País. Kathryn Bigelow não teve a mesma sorte. Seu filme nem chegou aos cinemas. Foi lançado diretamente em DVD pela Imagem, com o título de "Guerra ao Terror". A distribuidora, que errou feio na avaliação, agora promete lançar o filme nos cinemas em fevereiro.

Há algo de profundamente metafórico no próprio conceito do filme de Kathryn. É uma diretora que, em seus melhores momentos, subverte a noção de gênero - e não apenas cinematográfico. O gênero humano. Kathryn é bela e feminina, mas filma como macho, possuindo uma direção de cena viril. Seus filmes de ação - "Jogo Perverso", "Caçadores de Emoção", "Estranhos Prazeres" - não negam fogo.

A metáfora diz respeito à ação como um gênero feito de embates e explosões. Kathryn conta a história de um pelotão antibombas, cujos integrantes justamente impedem as bombas de explodir. É clássico, mas não convencional. E é o primeiro real filme de ‘ação' sobre o Iraque.