A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) atingiu em abril o maior nível do ano. Com alta de 1,12%, bem acima da taxa de 0,70% de março, o resultado assustou o mercado financeiro, que esperava aumento de, no máximo, 0,98%. Segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o desempenho foi puxado pela disparada dos preços dos produtos industriais no atacado, que subiram 1,77%, a mais intensa em três anos e meio.

A FGV não descarta a continuidade da aceleração, pelo menos no curto prazo. E este cenário pode influenciar novos aumentos de juros, na avaliação dos técnicos da FGV. Embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda funciona como indexadora das dívidas dos Estados com a União. Até abril, o índice acumula elevações de 3,22% no ano e de 10,24% em 12 meses - a maior em três anos.

O indicador deve seguir em alta nos próximos meses. As taxas elevadas substituirão taxas menores, referentes a iguais períodos no ano passado, puxando o resultado acumulado do IGP-DI.