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Ortopedista é assassinado em São Caetano

Darcio Mauricio Correia foi abordado por dois indivíduos enquanto falava ao celular

Renata Rocha
Do Diário do Grande ABC
26/03/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O médico ortopedista Darcio Mauricio Correia, 36 anos, foi assassinado na noite de segunda feira (24), na Rua Rio de Janeiro, esquina com a Oswaldo Cruz, no bairro Santa Paula, em São Caetano. A vítima, que prestava serviços para a Seleção Brasileira Olímpica de Tênis de Mesa, foi abordada por dois homens nas proximidades da academia Agilis.

Segundo a polícia, o médico estava em seu carro, um Pajero branco, e falava ao celular com um paciente que seria operado hoje, quando foi abordado por dois homens jovens, segundo testemunhas. O paciente que estava ao celular disse não ter ouvido nenhuma abordagem dos indivíduos, só um estampido que parecia tiro e logo depois a voz do médico dizendo “me socorre, me ajuda”.

Segundo o delegado titular da Delegacia Sede de São Caetano, Ettore Capalbo Sobrinho, não sabe se a vítima reagiu ou não. Uma das hipóteses é que Correia tenha assustado os suspeitos ao sair do veículo, tendo em vista que era um homem alto e forte. A vítima foi atingida no ombro direito. A bala passou em transversal e se alojou abaixo do pulmão do lado direito. O médico ainda foi socorrido ao Hospital Alberti Sabin, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

Na tarde de ontem, a Polícia Civil ouviu duas testemunhas, ambos funcionários de academias próximas. Uma delas é um personal trainer. O profissional teria ouvido barulho de tiro e, quando saiu da academia, viu Correia caído no chão e os dois homens correndo em direção à Rua Oswaldo Cruz.

A polícia obteve imagens de câmera de segurança de uma fábrica próxima à academia Agilis. O equipamento funciona por sensores de movimento e, com isso, flagrou dois momentos do ocorrido. O primeiro deles, quando a vítima estava dentro do carro, onde permaneceu por cerca de quatro minutos falando ao celular, e depois quando estava caída ao chão. Outras câmeras que possam ter registrado o crime estão sendo procuradas.

Além de ser médico ortopedista da Seleção, Correia trabalhava nos hospitais Brasil e São Camilo, além da Clínica Ana Rosa. O médico era divorciado e morava com os pais em Santo André.

Em depoimento à polícia, familiares disseram que Correia era uma pessoa reservada. Já um dos técnicos da Seleção Olímpica de Tênis de Mesa, Francisco Arado, o Paco, destacou o lado profissional do ortopedista. “Ele era um ótimo profissional, ótimo médico, um dos mais competentes com quem já trabalhei. Com ele não existia burocracia. Levava meus meninos quando machucados e ele tratava na hora”.

O enterro de Correia foi realizado na tarde de ontem, no Cemitério da Vila Pires, em Santo André. Familiares e amigos não quiseram dar entrevistas.

Moradores do Santa Paula reclamam da violência

O crime brutal que terminou na morte do ortopedista Darcio Mauricio Correia foi um dos temas mais comentados pelos moradores de São Caetano ontem. Quem vive no bairro Santa Paula destaca que a criminalidade já é preocupação antiga. Segundo eles, os casos mais comuns são roubos e furtos, em especial os de veículos.

“Desde dezembro já tive quatro carros roubados nessa região”, diz a encarregada de metalúrgica aposentada Claudia de Sousa, 58 anos. Cliente da academia onde o médico trabalhava, ela destaca que o marido já foi assaltado no mesmo local onde o assassinato ocorreu. “Levaram tudo, até corrente e aliança”, revela.

Para a dona de casa Regiane Evora, 43, a população fica à mercê dos criminosos. “Fora o seguro do carro, temos que comprar travas e ainda estar sempre atentas, mas nada garante nossa segurança”.

O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) destacou na tarde de ontem que a GCM (Guarda Civil Municipal) não tem poder de polícia, no entanto, continuará atuando na prevenção dos crimes e que pretende realizar concurso para contratar 60 guardas. (Natália Fernandjes) 




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