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Doria admite atraso na entrega do Jaboticabal

Cronograma vigente apresenta conclusão do piscinão, na divisa com o Grande ABC, só no fim de 2022

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
31/05/2020 | 07:00
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Divulgação


O governo João Doria (PSDB) já admite que vai atrasar em pelo menos um ano a entrega do Piscinão Jaboticabal, instalado na Capital, mas que trará impactos no sistema de drenagem no Grande ABC. A estimativa era a de entregar o reservatório no fim de 2021. Diante de cronograma adiado, o governo de São Paulo, por meio do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), promete concluir em até dez dias o processo licitatório da contratação de empresa responsável por viabilizar a construção da estrutura, com capacidade para armazenar 900 mil metros cúbicos de água da chuva, nas divisas entre a Capital, São Bernardo e São Caetano, tendo como objetivo evitar as constantes enchentes na região.

O órgão recebeu no fim de abril envelopes com a documentação de habilitação técnica de duas terceirizadas que participam do certame. Há também uma terceira concorrente que já havia sido classificada anteriormente. Dez grupos formalizaram propostas financeiras. Dessas, sete foram desabilitadas. Disputam ainda Consórcio RAC Jaboticabal, Consórcio FPN e Engibrás Engenharia AS.

“O Daee vem dando continuidade ao processo, que está na fase de análise de recursos e contrarrecursos das empresas não classificadas”, pontuou o órgão. “O cronograma da licitação prevê a publicação do resultado final e assinatura do contrato na primeira semana do próximo mês e início das obras na segunda quinzena de junho.” O edital foi aberto em outubro, com previsão inicial de término em fevereiro.

O Daee sustentou ainda que as intervenções para implantação do equipamento deverão estar concluídas no desfecho de 2022, a despeito de os prazos estabelecidos, preliminarmente, estimarem 18 meses de execução das obras, o que fecharia o quadro em meados do começo daquele ano. Em declarações à época do anúncio da proposta, o próprio Doria frisou sobre o simbolismo de finalização no período de verão, uma vez que a meta do Estado é justamente amenizar as ondas de cheias no período. A construção do reservatório foi divulgada após enxurradas de março do ano passado, quando morreram dez pessoas. O novo prazo trabalhado pelo órgão estadual remete ao exercício do último ano de mandato de Doria à frente do Palácio dos Bandeirantes.

O piscinão é projetado para ser instalado no córrego Jaboticabal, situado entre os ribeirões dos Meninos e dos Couros, próximos à Via Anchieta. O reservatório ocupará uma área de 154 mil metros quadrados. Em virtude do tamanho e quantidade de armazenamento, se efetivado, será o maior piscinão da Região Metropolitana. Para o empreendimento, o investimento previsto é da ordem de R$ 315 milhões, sendo R$ 190 milhões em obras e outros R$ 125 milhões para desapropriação de terrenos.

O reservatório é discutido há mais de dez anos na região e foi desengavetado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC justamente depois do episódio das inundações, ocorrido em 2019. O pleito e o desenrolar do processo se deram de forma célere em termos de poder público. A Assembleia Legislativa aprovou em outubro autorização ao Estado firmar contrato de empréstimo no valor de até R$ 300 milhões junto à Caixa visando a construção. O financiamento necessita de garantia da União. “As negociações com a Caixa e as desapropriações estão em andamento”, emendou o Daee.




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