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Mauaense aposta em moda evangélica e fatura R$ 800 mil anuais

Priscila Bomfim identificou nicho ao se incomodar
com as roupas em cultos e criou a Donna Sorelle

Gabriel Russini
Especial para o Diário
30/07/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Ex-cabeleireira adepta à religião evangélica, a mauaense Priscila Bomfim, hoje com 33 anos, teve a ideia de negócio que mudaria sua vida durante um culto, cinco anos atrás. Ela, que sempre se mostrou desconfortável com as roupas usadas pelas mulheres que frequentavam a mesma igreja que ela, decidiu fazer algo para mudar este cenário e apostar em uma moda voltada a este público.

“Me incomodava com a vestimenta delas, tanto é que um dia pensei o seguinte: a mulher evangélica pode e deve se vestir bem, estar elegante e não se despir de suas características”, diz Priscila, ao explicar que, geralmente, as roupas de seguidoras da religião são mais recatadas, com poucos decotes e vestidos e saias na altura do joelho. No entanto, para ela, as peças que vestiam as fiéis não tinham ‘personalidade’, eram todas muito semelhantes e não as deixava bonitas.

Em meio a esse contexto, Priscila arriscou em peças com cores e estampas de sua criação e surgiu a primeira unidade da Donna Sorelle na região, situada no Atrium Shopping, em Santo André. “Investi muito nela (loja), mais do que deveria (cerca de R$ 400 mil), mas graças a Deus o negócio fluiu”, conta Priscila, ao lembrar que, à época, ainda não tinha experiência para tocar esse tipo de negócio. De acordo com a empresária, o valor de R$ 100 mil já seria suficiente para colocar a loja em funcionamento. O nome do estabelecimento significa senhoras irmãs, em italiano, inspirado no fato de as frequentadoras da igreja se tratarem como ‘irmãs’.

Atualmente, Priscila, que desenha as roupas e terceiriza a confecção com costureiras da região, fatura entre R$ 60 mil e R$ 120 mil mensais, dependendo da época do ano. “Natal e Dia das Mães são os melhores momentos, sem dúvida”, complementa. A Donna Sorelle também conta com unidade em Mauá e, em breve, com a própria oficina de costura, em Ribeirão Pires. “Chegou a hora de ter meus próprios funcionários porque o negócio cresceu”, comemora, ao contar que emprega 20 profissionais.

No ano passado, mesmo em meio à forte crise da economia, sua grife faturou cerca de R$ 800 mil, alta de 26% frente a 2015. Para se ter ideia, dados do IEMI – Inteligência de Mercado mostram que o varejo de vestuário em todo o País registrou queda de 2,6%, com receita de R$ 176,6 bilhões. “Identifiquei um nicho de mercado que tinha carência de peças do tipo. E, mesmo em tempos de dificuldade, mantenho preço bom e qualidade”, diz ela, ao justificar a contramão do seu negócio.

Para este ano, a expectativa é de alta de 40% nas vendas em razão do aumento de produção, o que irá ocorrer por conta da oficina própria, na qual estão sendo investidos R$ 220 mil. O varejo de vestuário também deverá crescer, mas em ritmo mais modesto, 6,5% frente a 2016, ao faturar R$ 188 bilhões.

“Gastei aproximadamente R$ 300 em um vestido, uma blusa e anel em promoção de 50%. Certamente desembolsaria mais se fosse em outra loja, e não encontraria do jeito que procuro”, comenta Joelma Gonzalez, 39, de Santo André, cliente da loja há pouco mais de um ano. A podóloga andreense Odete Soares, 39, também se tornou frequentadora assídua. “Já comprei várias coisinhas por aqui, os preços são ótimos, e as peças me agradam muito.”

Priscila conta que, embora a Donna Sorelle tenha sido criada com o objetivo de atender mulheres evangélicas, ela também atende advogadas, bancárias e secretárias que não seguem a religião. “As roupas propõem elegância e a preço acessível”, explica. Algumas peças, por exemplo, eram vendidas a R$ 59,90.

FRANQUIAS - A empresária, que está grávida do quinto filho, agora quer continuar expandindo a Donna Sorelle por meio de franquias. Para tanto, o interessado deve custear com R$ 45 mil de taxa, o que inclui estoque inicial. “Já estou analisando alguns pedidos”, avisa Priscila.  




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