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Feijão caro muda hábito da dona de casa da região
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
28/05/2010 | 07:00
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O preço alto do feijão, que voltou a registrar alta de 4,13% nesta semana, tem mudado o hábito da dona de casa do Grande ABC. Item indispensável na mesa dos brasileiros, o grão, que sai por cerca de R$ 3,50 o pacote de 1kg, está sendo fracionado na maioria das casas da região para evitar que especialmente as pessoas com rendas menores deixem todo o salário do mês no supermercado. Para manter a sustância da refeição, macarrão e legumes são os mais procurados para substituir a dobradinha famosa com o arroz.

Quem não abre mão de prato farto de feijão todos os dias, tem cortado produtos supérfluos na lista do mês para manter o consumo médio do grão. Com a alta que já atingiu cerca de 60% neste quadrimestre, as crianças foram as mais prejudicadas: bolachas recheadas e iogurte são as primeiras baixas na lista de compras.

Sem renda fixa mensal, o autônomo Geraldo Santiago é taxativo em dizer que "o item não pode faltar na minha mesa", mas a filha apressa-se a complementar a frase do pai , queixando-se da possibilidade de ficar "sem bolacha". A esposa de Rodrigues, Marilene, diz que é preciso driblar o orçamento para garantir a compra de todos os produtos. "É difícil, mas fazemos o possível para equilibrar as contas."

É o que também fazem a doméstica Paula Bento, 48, moradora de Santo André, e as amigas Kátia e Carlos Santos. Com caderno e caneta na mão, tudo é anotado para não sair do supermercado no vermelho. "Vou marcando tudo. Se vir que o custo está dentro do esperado, levamos bolachas e iogurtes, senão, elas (as crianças) ficam sem (os supérfluos)", diz a comerciante Carla.

Com 1,5 kg de feijão consumido por semana, a professora Elizabeth Rocha França, 49, alega que o jeito é racionar o item e mesclar os tipos de grãos oferecidos nas refeições. "O feijão preto, por exemplo, está mais barato. Com isso, faço três dias por semana o carioquinha e três o preto. Mas a qualidade também despencou. Fica um caldo ralo, o produto não é o mesmo se levamos o mais barato", afirma ela que diz que por conta do valor tem comprado, em média, dois sacos a menos do item por mês.

Com o quilo do feijão a preço de ouro, a esteticista Nair Celestino Alonso, 60, tem intercalado o grão com outras opções para diminuir o consumo. "Faço muito macarrão, batata, legume, para não perder o valor nutritivo."




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