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Em comício no Feital, Volpi diz que irá ao 2º turno com Atila
Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
29/09/2016 | 07:00
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Divulgação


Candidato do PSDB à Prefeitura de Mauá, o ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi afirmou que ultrapassou o prefeito e postulante à reeleição, Donisete Braga (PT), nas pesquisas de intenções de voto internas e que irá ao segundo turno da disputa com o deputado estadual Atila Jacomussi (PSB), líder nos levantamentos.

O prefeiturável tucano realizou ontem à noite seu último comício antes do pleito de domingo no Jardim Feital, periferia da cidade. Em discurso acalorado, Volpi pediu aos militantes que assistiam à atividade que não acreditassem “na história” de opositores de que não tem chances de vitória. “Não vão na onda deles. Estamos no segundo turno”.

O ex-prefeito de Ribeirão disse discordar da sondagem do DGABC Pesquisas, publicada pelo Diário no dia 2 de setembro, que o mostrou na terceira colocação, com 5% das intenções de voto. O cenário, porém, é de empate técnico com o quarto colocado, Márcio Chaves (PSD), que foi citado por 4,5% do eleitorado – a margem de erro é de cinco pontos percentuais.

“Esse não é um cenário verdadeiro. Eu respeito a pesquisa do Diário, mas nós temos pesquisas internas semanais que mostram que durante a campanha nunca tivemos menos de 10%. O Atila de fato está na liderança e estamos disputando no olho mecânico a vaga no segundo turno com o prefeito Donisete”, analisou o tucano, ao emendar que prevê desempate por meio da rejeição do atual chefe do Executivo.

De acordo com a pesquisa do Diário, 38% dos eleitores disseram que não votariam de jeito nenhum em Donisete. “Como ainda tem muitos indecisos e a rejeição dele (prefeito) é alta, a possibilidade para ele (ir para o segundo turno) é pequena. Eu aposto que nossas propostas nos levarão à próxima etapa”, avaliou o tucano.

Fontes do petismo em Mauá admitem, nos bastidores, que o cenário é desfavorável para Donisete. Acreditam, porém, em recuperação do prefeito às vésperas do pleito. A avaliação do núcleo duro da campanha de Donisete é que haverá possível arrancada final, semelhante à eleição de 2012. Naquela ocasião, a então deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) era líder nas pesquisas e Donisete chegou ao fim do primeiro turno à frente da peemedebista: 35,58% a 31,46% dos votos válidos. O petista foi vitorioso no segundo turno com maior vantagem: 57,14% a 42,86%.

Para tentar fisgar a vice-liderança e levar a decisão para o dia 30 de outubro, Volpi frisou que apostará em atividades de rua mais próximas com o eleitor, como corpo a corpo e distribuição de panfletos.

A direção do tucanato em Mauá quer ainda tentar surfar na ascensão do candidato do PSDB na Capital, o empresário João Doria, que na semana passada assumiu a liderança isolada da disputa em São Paulo. Para isso, buscará colar a imagem do prefeiturável paulistano à de Volpi. Ontem, Doria gravou vídeo em apoio ao candidato tucano em São Bernardo, o deputado estadual Orlando Morando. Ciente da ajuda, os tucanos de Mauá já acionaram o deputado federal e candidato a vice na chapa de Doria, Bruno Covas, para buscar pelo menos um vídeo do empresário.

TCE condena contrato com Illuminatus

O TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) julgou irregular, em agosto, contrato de 2010 da Prefeitura de Ribeirão Pires, sobre a gestão de Clóvis Volpi (PSDB), com o Instituto Illuminatus por, entre vários motivos, falta de transparência do convênio. Na decisão, o auditor Valdenir Antonio Polizeli condenou o órgão a devolver o valor do contrato, de R$ 114,7 mil, aos cofres públicos e a inclusão do nome de Volpi na relação dos responsáveis por contas julgadas irregulares. Essa lista é encaminhada à Justiça Eleitoral, que pode se basear em condenações de ex-gestores para impugnar ou não candidaturas, via Lei da Ficha Limpa.

A candidatura de Volpi, entretanto, já foi deferida pela Justiça Eleitoral. Segundo o tucano, o TCE aceitou revisar a decisão, não incluindo seu nome no julgamento do contrato. “Eu já apresentei minha defesa. O auditor quis rever a decisão. Não há problemas para a candidatura, até porque contrato é apartado. O julgamento de contratos não influencia na prestação de contas (do mandato). E o julgamento das contas só lhe inviabiliza se passar na Câmara.”

Volpi teve as contas de 2012, seu último ano à frente do Paço de Ribeirão Pires, julgadas irregulares pelo TCE, que citou deficit orçamentário na ordem de 11,95% e contratação de servidores em período eleitoral, prática vedada pela Constituição Federal. Recentemente, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o candidato que tivesse contas rejeitadas por tribunais de contas só podem ser barrados pela Lei da Ficha Limpa se a Câmara avalizar o parecer, o que ainda não ocorreu no caso de Volpi. 




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