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Joanna comemora 20 anos de carreira com disco ao vivo
Por Do Diário do Grande ABC
30/07/1999 | 15:12
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A cantora Joanna fez questao de dar as entrevistas de lançamento de seu novo disco no Teatro Rubem Correa, antigo Ipanema, no Rio. Foi lá, há 20 anos, que tudo começou. Antes, ela era Maria de Fátima, garota nascida e criada no subúrbio do Rio, que cantava em conjuntos de bailes. O primeiro show de Joanna (e de outras cantoras que surgiram na época, como Marina e Angela Rô Rô) foi lá, um espaço que fervilhava em 1979, onde as pessoas iam para saber o que estava acontecendo de novo na música.

O disco, "20 Anos ao Vivo", é a comemoraçao do que aconteceu desde entao. Como diz o título, foi gravado ao vivo em quatro shows realizados no primeiro semestre deste ano, no Teatro Joao Caetano, no Rio. "Mas a preparaçao foi a mesma de álbuns anteriores", ressalta Joanna. "Ouvi todas as 300 músicas do meu repertório, selecionei 25 para o espetáculo e ensaiei com a banda durante um mês". Na hora de passar para os dois CDs, Joanna garante que nao deu retoques, "para nao perder a emoçao e a ambiência".

Os fas de Joanna vao encontrar uma síntese da carreira dela, todos os seus hits, do jeito que eles gostam de ouvir. "Nao quis repetir os arranjos da época, nem fazer diferente", diz ela. "Apenas revisitei minhas músicas, dando uma linguagem mais atual". Os sucessos estao todos lá, com roupagem romântica o estilo de Joanna. Tem "Descaminhos", "Recado", toada de Renato Teixeira, que se tornou onipresente nas rádios brasileiras em meados dos anos 80, e "Nos Bailes da Vida", que Milton Nascimento e Fernando Brant fizeram para a cantora.

Era com isso que a Maria de Fátima sonhava quando só queria se tornar Joanna, cantora de sucesso no Brasil e em países da América Latina ou de língua portuguesa.

"Hoje as duas convivem muito bem e sei que a Maria de Fátima nao pode se deslumbrar com os êxitos da Joanna, nem a Joanna pode sair do palco porque nao passa de um personagem que criei", comenta a cantora. "A gente tem que saber administrar esse sucesso sem perder a autenticidade". O disco nao é a única comemoraçao dos 20 anos de carreira. Em agosto, ela viaja para Argentina e Portugal para fazer shows e lançar o disco. Em setembro volta ao Rio, para estrear o mesmo espetáculo no Canecao. Em outubro, vai para Sao Paulo e depois viaja pelo Brasil.

Com direito a acompanhamento de orquestra. "É um sonho antigo que só agora consegui realizar", conta. "Sempre que possível, vou contratar orquestras locais, porque quero dar uma força aos músicos brasileiros". Joanna já cantou em todos os países da América Latina, em Portugal e Espanha, Africa portuguesa e em todos os lugares onde há comunidade lusa. Seus discos sao lançados lá e ela vai atrás, fazer shows e conhecer novos lugares. "O engraçado é que, quando criança, eu pensava como seria bom ter uma profissao que me fizesse viajar muito", comenta. "Esse foi um dos presentes que a música me deu".

Ela diz como é o público de cada lugar. "No Sudeste do Brasil, sao calorosos e informais, enquanto no Norte e Nordeste sao efusivos, quase passionais", afirma. "Na Argentina sao respeitosos e em Portugal têm um carinho mais formal". Ela confessa que gosta das manifestaçoes do público, de ser reconhecida na rua. "Faz parte da profissao; quem nao gosta disso deve escolher outra atividade". Pelo jeito, Joanna é realizada na sua. "Mas ainda falta muita música para cantar; cançoes antigas que nao estao no repertório e novas, pois tem muita gente boa compondo".




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