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O que você gostaria que sua cidade ganhasse no Natal?
Por Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
24/12/2004 | 10:29
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O que a sua cidade gostaria de ganhar de presente? Para responder a essa pergunta, o Diário saiu às ruas para ouvir a opinião dos moradores. O que deu para perceber é que a maioria das pessoas que vive na região gostaria que suas cidades fossem mais seguras. Muita gente, até mesmo um prefeito, pediu mais policiais, mais rondas, enfim, a presença visível da polícia nas ruas.

Outro pedido que não faltou no rol dos desejos possíveis teve como referência a saúde. Mesmo um morador de São Caetano, uma das melhores cidades do país em qualidade de vida, afirma que, apesar dos bons indicadores sociais, falta aos moradores da cidade um hospital de primeiro mundo, que atenda às pessoas à altura da fama do município.

Coube aos governantes eleitos em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, respectivamente Clovis Volpi e Adler Kiko Teixeira, pedir a Papai Noel  mais desenvolvimento econômico e social, para que os dois municípios possam se equiparar às demais cidades da região.

Não faltaram também sugestões ecológicas e culturais. O presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Camisa Vermelha e Branca de São Bernardo, Sidnei Aparecido dos Santos, gostaria que a cidade ganhasse de presente um museu do samba, para que os sambistas de São Bernardo e região fossem “mais respeitados e qualificados”.

O jurista e ex-prefeito de São Bernardo Tito Costa também gostaria de dar um presente cultural para a cidade. “Quando fui prefeito, tinha um projeto do arquiteto Fábio Penteado para um Centro Cultural. Esse era um presente que eu gostaria de ter dado para São Bernardo.”

O violinista Manoel Marques Sobrinho, morador de Santo André que costuma tocar seu violino em motéis do Grande ABC, chega todos os dias de madrugada em casa. Marques não quer um monumento a Bach, nem a Stravinsky. O único presente que ele acha que a cidade gostaria de ganhar no Natal seria segurança e tranqüilidade. “A gente deveria ter o direito de chegar em casa, parar o carro na garagem e não ser roubado.”

Essa não é apenas a reivindicação de um músico madrugador. É também desejo do prefeito reeleito de São Bernardo, William Dib: “Se a cidade pedisse um presente para Papai Noel, esse presente seria mais segurança”.

Billings – Hermínio Costa, ambientalista do Sats (Serviço Aéreo e Terrestre de Salvamento e Proteção Ecológica), acredita que o melhor presente que a região poderia receber nesse Natal seria “a mudança de traçado do Rodoanel”. Costa considera incorreto o traçado sobre o braço do Rio Grande. “Seria um presente maravilhoso para a Billings e para o Grande ABC se a gente conseguisse preservar esse braço da represa.”

O maestro Carlos Binder, da Corporação Musical Lyra de Mauá, tem outros sonhos. Vivendo a turbulência de prefeitos nomeados e destituídos com a rapidez de um estalar de dedos, ele reivindica “paz na política”. “Essa situação que Mauá vive transcende o entendimento de qualquer cidadão. O que eu mais queria era um prefeito escolhido pelo povo.”

A presidente do Conselho Central da Casa São Vicente de Paulo, Maria Lúcia Deividas, presta ajuda no atendimento a 200 famílias que vivem em cortiços em São Caetano. O presente que ela acha que a cidade mereceria ganhar no Natal seria o fim dessas submoradias. “A cidade podia acabar com as moradias precárias.” Para ela, outro passo importante seria combater o desemprego. “Muita gente passa fome, quer trabalhar e não encontra emprego”.

Outros sonham com a prosperidade das cidades onde vivem. O diretor regional do Sescon (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo), Glauco Pinheiro da Cruz, acha que “Santo André ficou para trás”. Ele vê “São Bernardo e São Caetano terem mais destaque” na mídia. “O presente que eu daria para Santo André seria a volta dos indicadores sociais e da riqueza que havia no passado. Queria que minha cidade voltasse a ser a referência que era antigamente.”

Na mesma linha de raciocínio, o prefeito eleito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira, sonha com uma indústria. “Rio Grande poderia ganhar a Solvay de Natal.” A empresa, uma das maiores indústrias químicas da região, fica em Santo André. A alguns metros, poucos metros, de Rio Grande da Serra.

O prefeito eleito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, é mais ambicioso. Não quer uma indústria, mas vários empreendimentos. “Ribeirão deveria receber de presente um grande número de empresas, para se equilibrar social e economicamente.”

O prefeito reeleito de Santo André, João Avamileno, vai guardar seu presente para que seja desembrulhado daqui a quatro anos. “Espero que todas as esperanças depositadas nas urnas sejam correspondidas e as pessoas possam olhar para trás e dizer que, junto ao poder público, ajudaram a fazer uma cidade melhor.”

Tem gente que daria de presente para suas cidades estações de metrô, faculdades públicas e gratuitas, parques e urbanização de favelas. Alternativas de presentes não faltam. O que falta para a região é Papai Noel. São tantas solicitações que um só Papai Noel não tem dado conta da parada.




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