Ao se deparar com o Discovery 4 a conclusão inicial é: trata-se de um utilitário esportivo de extremo luxo ideal para rodar na cidade e encarar estradas asfaltadas aos finais de semana. Ok! A primeira parte da conclusão está correta. Realmente, sobra conforto. Agora, a nova geração deste Land Rover não se contenta apenas com asfaltinho. Lama, terra e desafios off-road são oS verdadeiros alimentos deste bruto.

Avaliamos a versão equipada com novo motor 3.0 V6 a diesel com turbos duplos que gera 61,1 mkgf de torque a partir de 2.000 rpm e 244 cv de potência a 4.000 rpm. O bloco, de acordo com a marca de origem britânica - hoje sob o comando da indiana Tata -, é a evolução do antigo 2.7 que gerou ganhos ecológicos e de desempenho significativos: consumo de combustível 9,7% menor; redução de 9,6% na emissão de gases poluentes; ganho de 29% e 36% de potência e torque, respectivamente.

A transmissão automática de seis velocidades com opção de trocas sequenciais na alavanca - de escalonamento adequado e engates suaves (precisos) - complementa a excelente dirigibilidade do SUV.

Antes de abordamos a vida dentro do Discovery 4, vamos destacar as habilidades aventureiras. Muitas, por sinal! A começar pela tração permanente 4x4 que mantém, em qualquer situação, o Land Rover sob controle. Destaque especial para o sistema Terrain Response, que possibilita a escolha - por meio de seletor no console central, próximo à manopla do câmbio - de cinco maneiras de condução, de acordo com o piso. São elas: rodagem normal (asfalto); neve (dificilmente será usada no Brasil); areia; lama e pedras.

A partir da escolha é possível sentir nitidamente o Discovery 4 mudando de comportamento. A primeira é, por exemplo, notar a suspensão subindo ou descendo, ajustando a altura do veículo ao solo. A segunda é o comportamento dinâmico da tração que, dependendo da escolha, concentra força nas rodas, inibindo o desempenho. Na trilha de terra pela qual passamos, com alguns lamaçais e facões de nível médio, o Land Rover parecia perguntar: "é isso que você chama de desafio?" Em nenhum momento o britânico deu sinal de que deixaria o trilheiro-amador na mão.
É preciso reconhecer: o gentleman, de singelo, só tem mesmo o interior, que vamos conhecer melhor agora...

REQUINTE AO EXTREMO
O Discovery 4 não abre mão de ser agradável por dentro. O requinte já aparece nos materiais utilizados nas peças de encaixes perfeitos e no revestimento dos bancos em couro caramelo - cor que não combina com os adeptos da vida fora de estrada, como os Land Rover. Ponto negativo apenas para os detalhes em madeira, algo ligeiramente ultrapassado, mas que - devemos admitir - tem seu público cativo. Gosto não se discute!

Encontrar a posição ao volante - multifuncional, diga-se de passagem - é fácil. A coluna de direção e o banco do motorista têm ajustes elétricos. Para cima; para baixo; para a frente; para trás. Tudo ao toque do condutor e com possibilidade de ser gravado na memória.

A sensação de espaço também é total. São 4,83 metros de comprimento - 2,88 m de distância entre os eixos. Não por acaso, cabe uma terceira fileira de bancos escamoteável para levar mais dois ocupantes, totalizando sete. A capacidade de carga também é singela. São 1.260 litros.

O sistema de entretenimento é um capítulo à parte. A começar pela tela de cinco polegadas sensível ao toque, as inúmeras possibilidades de conectividade e o comando de voz. Ah! São 12 alto-falantes e subwoofer para os que gostam de bom som. O sistema também traz navegação e disqueteira para seis CDs.

Por fim, depois de tanta tecnologia, um pouco de itens de série, digamos, comuns: ar-condicionado de duas zonas, direção hidráulica, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, dez air bags, assistente de frenagem, HDC (controle de descida), controlador de velocidade, entre outros...

Números

MOTOR
3.0 V6 a diesel

TORQUE
61,1 mkgf a 2.000 rpm

POTÊNCIA
244 cv a 4.000 rpm

COMPRIMENTO
4,83 metros

DISTÂNCIA ENTRE EIXOS
2,88 metros

PORTA-MALAS
1.260 litros