A estudante Jardene Alves dos Santos de 17 anos, que teve 70% do corpo queimado pelo namorado Ivanildo Marques de Souza, morreu quinta na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Mulher do Hospital Matermo-Infantil
de Brasília (HMIB). A garota estava grávida de quatro meses.
Este é o segundo caso ocorrido na capital em menos de uma
semana. No sábado passado, o guardador de carros Marcelo Rosa da
Silva morreu após ter o corpo incendiado com cola de sapateiro
por desconhecidos.
A adolescente, que ficou apenas com a palma das maos,
parte das pernas e dos pés ilesos das queimaduras, foi agredida
e queimada há dez dias, depois de uma discussao com o namorado.
Souza confessou o crime e foi indiciado por homicídio
qualificado e pela prática de aborto. O inquérito foi enviado
hoje pela 33ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, em Lago Azul
(GO), ao Ministério Público. Jardene foi morta quando estava
desmaiada, depois de sofrer tentativa de estrangulamento. Souza
deixou o local após a agressao, mas retornou cinco minutos
depois, quando a mulher estava no chao. Achando que Jardene
estivesse morta, ateou fogo no casaco de la da namorada.
Em chamas, a menor acordou e saiu correndo, gritando.
Foi socorrida por uma viatura da Polícia Militar. Levada ao HRAN
de onde depois foi transferida para o HMIB, a adolescente só
conseguiu sobreviver dez dias com a ajuda de aparelhos. Um dia
após atear fogo na namorada, Souza chegou a ligar para saber se
ela estava em casa, segundo Auxiliadora Santos da Silva, tia da
vítima. De acordo com o diretor do hospital, Mário Horta,
Jardene tinha apenas 10% de chances de chances de sobreviver às
queimaduras. "Ela nao resistiu porque seu estado era grave
demais". Horta explicou que o hospital fez o máximo que pode
para salvá-la.
Outro - Há 15 dias, o guardador de carros Marcelo Rosa da Silva, de 23 anos, foi queimado com cola de sapateiro. Ele morava em Taguatinga e sofreu queimaduras de terceiro grau em 60% do corpo
perdeu a faringe, o pulmao e o rim esquerdo e morreu sábado
passado no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde estava
internado.
As duas mortes se assemelham com a do índio pataxó
Galdino José de Jesus, que foi queimado enaqunto dormia em uma
parada de ônibus de Brasília. Galdino foi queimado por cinco
jovens de classe média da cidade que jogaram álcool em seu
corpo.