Os vereadores de Diadema começaram a limpar a pauta de votação para se concentrar apenas na eleição da mesa diretora. Ontem, em sessão ordinária e extraordinária, os vereadores aproveitaram para votar 17 projetos de lei. O presidente da Casa, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), ainda marcou outra sessão extra para segunda-feira, para analisar os projetos previstos para este ano.

Matéria mais polêmica da pauta, o aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), em até 15%, com média geral de 8,26%, foi aprovado em primeira discussão. A proposta será apreciada e, se aprovada, entrará em vigor a partir de janeiro.

O projeto de ampliação das vagas de estacionamento tarifado, por meio do sistema Zona Azul, também foi aprovado em primeira discussão. Com a nova lei, a Prefeitura pretende ‘profissionalizar' a fiscalização e atender a novos centros comerciais na cidade. Antes, a propositura havia sido adiada por insatisfação dos parlamentares. "A nova redação atendeu bem aos questionamentos dos vereadores sobre a demarcação das ruas", explicou o líder do governo Orlando Vitoriano (PT).

A LOA (Lei Orçamentária Anual), com previsão de R$ 752 milhões para 2011, foi apenas discutida. A peça será votada em definitivo no dia 16 junto com a eleição da mesa diretora. "Só discutimos as emendas", comentou Orlando. O debate gira em torno de como apresentar emendas. Está definido que os parlamentares só devem apresentar propostas para pavimentação de ruas - o recurso será proveniente de emendas de deputados federais ou estaduais.

Na sessão de segunda-feira a Câmara também vai apreciar a doação de área particular de empresa para a cidade, destinada à construção de moradias populares. "As famílias construíram casas na encosta da empresa e sempre tinha problemas de desmoronamento. A companhia decidiu doar uma área para resolver o problema", explicou Maninho.

O prefeito Mário Reali (PT) também pretendia aprovar ontem a reforma da Corregedoria da GCM (Guarda Civil Municipal), mas os vereadores decidiram adiar e solicitaram correções. "A mudança é apenas para tornar as comissões investigativas permanentes, pois hoje elas têm um prazo. Com isso, não é possível investigar tudo a fundo", explicou Orlando.

EMBATE

Os discurso de Lauro Michels (PSDB) na tribuna tirou Irene dos Santos (PT) do sério. O tucano disse que Diadema "é uma cidade muito fácil de governar" e que é possível investir mais. A petista disse que não concordava. Lauro retrucou: "Se você está ficando tão nervosa é porque é verdade". "Você é moleque", atacou Irene.

Maninho tentou jogar panos quentes desconversando sobre o fato de os trabalhos legislativos estarem atrasados. Mas Milton Capel (PV) fez questão de levantar a bola. "Isso é quebra de decoro, não vou aceitar", declarou. Enquanto ocorria a discussão, Michels permanecia fazendo comentários sobre a reação da petista.