Política Titulo Crise na Saúde
Rio Grande terá de arcar com custo adicional para abrir UPA
Por Vitória Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/04/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC:


Depois de dar calote de R$ 2,2 milhões na FUABC (Fundação do ABC), que ocasionou o rompimento de contrato da entidade com a gestão do prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), o Paço terá que arcar com despesa de R$ 1 milhão a mais para compra de mobília e equipamentos para inauguração da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas), com entrega prevista para o dia 29 de maio, durante o mês de comemoração do aniversário da cidade, no dia 3.

Oposição, o vereador Benedito Rodrigues de Araújo, o Ditinho (PT), acompanhou como ouvinte a audiência pública entre a FUABC e a Prefeitura que ocorreu no fórum, na segunda-feira, e ouviu de representantes da administração que o governo não tem verba para financiar a unidade.

“Com a UPA, a demanda vai aumentar, as nossas divisas (da cidade) também vão ser atendidas por ela, vai ter fluxo maior de pessoas e a administração vai manter o atendimento que tem hoje na UBS (Unidade Básica de Saúde) Central. (A UPA) Vai custar R$ 1 milhão por mês e o Ministério da Saúde manda R$ 80 mil mensais. É essa nossa preocupação porque o prefeito não consegue se planejar para o futuro, continua contratando funcionários comissionados.”

O Orçamento da Prefeitura de Rio Grande da Serra para este ano é de R$ 86,8 milhões. Os R$ 12 milhões que o Paço terá de despender anualmente somente com a manutenção da UPA vão consumir 13,8% de todas as receitas municipais. Mesmo assim, Maranhão afirmou que há verba para custear a UPA.

“A gente esperava várias emendas parlamentares especiais de deputados para mobílias e equipamentos para UPA, mas que não vão sair por conta da crise do País. Então nós vamos ter de arcar com essa despesa. Mesmo assim, dia 29 de maio vamos ter a inauguração, vamos entregar no prazo”, assegurou.

Na quarta-feira, a Prefeitura publicou abertura de processo de licitação para contratar OS (Organização de Saúde) para gerenciamento da UPA. De acordo com o chefe do Executivo, no entanto, o impacto financeiro não será tão profundo porque “o gasto da UBS vai ser todo direcionado para UPA” e o objetivo é que ganhe a empresa com melhor custo-benefício.

“A emergência que antes era feita pela UBS será realizada pela UPA. A ideia é que a UBS Central seja a primeira maternidade ou um centro de especialidades, estamos estudando as formas (de concretizar o projeto). O gasto que temos na UBS vai ser transferido para UPA, no caso, cerca de R$ 800 mil por mês”, explicou.

Apesar de ter acatado a decisão judicial que determinou o retorno do atendimento nas unidades de Saúde de Rio Grande, a FUABC chegou a paralisar suas atividades na cidade no início do mês, retirando seus 42 profissionais de serviço por conta de dívida da Prefeitura com a entidade – conforme o Diário apurou, desde julho o Paço não fazia repasses regularmente. 




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