As sobrancelhas servem para a proteção dos olhos. Sem elas, qualquer pessoa teria dificuldade de conseguir permanecer com os olhos abertos durante uma chuva, por exemplo, pois não haveria nada que amparasse qualquer resíduo que desça da cabeça ou da testa (caso do suor). Os cílios também têm essa função de proteção da visão, mas eles funcionam como uma espécie de ‘vassourinha’ ou um escudo contra qualquer coisa que apareça no ar à nossa volta que possa atingir a região dos olhos, como poeira e pequenos insetos. 

Geralmente, cada sobrancelha possui cerca de 1.100 fios. Desde o nascimento até a queda, esses pelos têm um ciclo de vida de cerca de quatro meses, havendo uma reposição natural. Assim como os cabelos, os fios da sobrancelha também ficam mais ralos quando envelhecemos. O afinamento pode ser causado por tratamentos médicos, alguma deficiência nutricional no organismo (quando faltam vitaminas) ou mudanças hormonais, entre outros fatores. 

Existem pessoas com sobrancelhas muito grossas e outras com mais finas. Para ambas as situações existe tratamento e medicações especificas que podem ajudar quem não gosta do formato das suas. Em alguns casos mais graves, uma pessoa que tem um deficit no crescimento dos pelos, por exemplo, pode fazer um implante na região, que é parecido com o processo feito em casos de calvície (quando se fica careca). São retirados fios do coro cabeludo – geralmente os fios mais longos que ficam acima da orelha – e implantados no lugar dos fios da sobrancelha.

Quando se é feita uma depilação (retira-se o pelo) na área, há uma demora de cerca de 15 dias para que o fio nasça outra vez. Recomenda-se que os jovens só ‘façam’ a sobrancelha a partir dos 14 anos, mas é bom lembrar que, se a retirada de um fio é feita com muita frequência, ele pode não nascer mais, pois há a possibilidade de haver um trauma na raiz do fio. 

Samuel Vieira Guimarães Marim, 10 anos, de São Paulo, questionou sobre o motivo da existência das sobrancelhas. “Se as mulheres ‘fazem’ a sobrancelha e não faz diferença tirar ou não esses pelinhos, para que eles servem então?”

Consultoria de Jefferson Alfredo de Barros, médico e professor de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC.