Em busca de ser candidato único do PT de Diadema a deputado federal na eleição de 2018, o ex-prefeito José de Filippi Júnior (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008) decidiu acenar ao vereador Ronaldo Lacerda (PT), que também reivindica o posto, e garantir que, se eleito, cumprirá os quatro anos de mandato.

Dessa forma, Filippi deixaria o caminho livre para que Lacerda pleiteasse candidatura a prefeito em 2020. “Tenho expectativa muito grande e um compromisso de, uma vez sendo eleito deputado federal, cumprir os quatro anos de mandato”, assegurou o ex-prefeito. A fala foi dada ontem aos jornalistas, durante lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito à Câmara Federal, no diretório do PT diademense.

Filippi, porém, fez questão de justificar aos petistas presentes os motivos pelos quais cumpriu apenas dois anos de mandato quando foi deputado – em 2001, era estadual e renunciou para voltar à Prefeitura; em 2010, era federal e aceitou convite para ser secretário de Saúde no governo do ex-prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT).

Nem Filippi nem Lacerda abrem mão da candidatura a federal. Em recente entrevista ao Diário, o parlamentar descartou recuar do projeto e alfinetou o ex-prefeito, relembrando o fato de o petista ter recusado ser candidato do partido ao Paço em 2016 e sugerido aposentadoria política.

O ex-prefeito argumentou que nunca cogitou pendurar as chuteiras e disse ter recebido apelo da cúpula do PT para que engrossasse a chapa federal do partido a fim de aumentar a bancada petista numa eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial. “Naquele momento eu falei da vida privada porque eu estava participando do governo Fernando Haddad e seis meses antes do fim eu saí. Não era (aposentadoria política). E acho que ainda não. Quem vai dizer isso é o povo. A população que vai dizer se eu posso ou não ser um representante dela para esse momento”, frisou o ex-prefeito.

O ato pró-Filippi reuniu os deputados estaduais Teonílio Barba e Luiz Turco, os vereadores Josa Queiroz e Orlando Vitoriano, o ex-prefeito e afilhado político de Filippi, Mário Reali (2009-2012), além de diversos ex-secretários dos governos petistas.

Filippi evitou contra-atacar as críticas de Ronaldo. Apesar do aceno, o petista garantiu haver espaço para as duas candidaturas, mas admitiu que, caso os dois projetos se concretizem, dificilmente os dois saiam vitoriosos das urnas no ano que vem. “Respeito a opinião do Ronaldo, mas é uma polêmica que eu não quero alimentar. O Ronaldo tem qualidades. A candidatura dele traz um setor superimportante, que é setor de moradia popular. Acho difícil eleger dois. A não ser que haja divisão justa e aritmética dos votos.”