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Israel pretende importar mais do Brasil
Por Do Diário do Grande ABC
09/05/2000 | 09:19
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Israel quer aumentar seu peso na balança comercial brasileira. O país, que celebra nesta terça 52 anos de independência, importa cerca de US$ 45 bilhoes em serviços e produtos, sobretudo de Estados Unidos e Europa. No entanto, a diplomacia israelense no Brasil está trabalhando para substituir parte dessas compras por produtos brasileiros, mais baratos e de qualidade similar. "Por falta de informaçoes, o empresário brasileiro está perdendo um grande mercado para suas exportaçoes", afirmou Gal Mor, Cônsul para Assuntos Econômicos no Brasil, que incentiva o aumento de missoes comerciais bilaterais para aumentar a difusao de informaçoes entre empresários.

Como parte da política de aumentar as relaçoes bilaterais, o governo israelense fez pedido oficial para a criaçao de uma zona de livre comércio com o Mercosul, em 1997, mas a resposta de Brasília nao foi animadora. "Há uma fila para esses acordos, e Israel nao está entre as prioridades. A proposta foi recebida com indiferença, sobretudo por parte do Brasil", afirmou o Cônsul.

O interesse de Israel pelo Brasil tem crescido de maneira mais expressiva nos últimos quatro anos, depois da visita do ministro Luiz Felipe Lampréia ao país. Além de exportar produtos mais baratos do que Europa e Estados Unidos, o Brasil é visto como um grande mercado aos produtos israelenses de maior valor agregado, como equipamentos para o setor de telecomunicaçoes e softwares, em franca expansao no Brasil. "Podemos fornecer ao País tecnologia de ponta com custos mais competitivos do que Estados Unidos e Europa", ressaltou Mor. Hoje, a israelense Belmerix já fornece antenas e torres de comunicaçao a empresas da Banda B da telefonia celular.

Desde 1996, o número de empresas israelenses instaladas no Brasil passou de 60 para 200, com os investimentos diretos acima de US$ 100 milhoes. Pelo menos 15 dessas empresas já sao exportadoras. O Mercosul tem contribuído para esse aumento, pois companhias se instalaram aqui para driblar as tarifas alfandegárias e exportar para os outros países do bloco, além do Chile, com o qual o Mercosul tem acordo de preferência comercial. "Vemos o Brasil como um portal da América Latina", disse o cônsul.

O Brasil registra, tradicionalmente, déficits comerciais com Israel. No primeiro trimestre, a balança comercial ficou negativa em US$ 20 milhoes para o Brasil, que comprou US$ 45 milhoes de Israel e exportou US$ 25 milhoes - em parte porque a instalaçao de empresas israelenses no país tem permitido a substituiçao de parte das compras externas. A estratégia de Israel é equilibrar o comércio entre os dois países, comprando mais do Brasil e elevando as exportaçoes.

Israel vende ao Brasil sobretudo produtos da indústria química, notadamente defensivos agrícolas e fertilizantes, seguida por máquinas e equipamentos. O Brasil exporta principalmente produtos agrícolas, metais básicos e madeira, mas "há muito espaço para bens de consumo industrializados", ressalta Luiz Carlos Feier, diretor da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria.

A Câmara deve levar, em junho, uma missao de empresários brasileiros a Israel com a finalidade de informá-los sobre as necessidades do mercado israelense e ampliar as oportunidades de negócios entre os dois países.




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