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Desindustrialização se
intensifica no Grande ABC
Por Soraia Abreu Pedroso
Do Diário do Grande ABC
25/02/2011 | 07:02
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O Grande ABC vive processo claro de desindustrialização. E o maior reflexo pode ser sentido no PIB (Produto Interno Bruto) da região, que embora apresente crescimento ano a ano - de 2007 para 2008 teve incremento de 4,5% -, perde representatividade na soma das riquezas produzidas no País.

Para se ter ideia, em 1975, período em que boa parte da indústria estava concentrada na região, a participação no PIB nacional chegava a 4,5%. Em 2007, já era de 2,45% e, em 2008, dado mais recente, caiu para 2,32%.

Segundo pesquisa realizada em parceria entre o Sebrae-SP e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) da USP (Universidade de São Paulo), que levantou os indicadores socioeconômicos do Grande ABC, 43,3% do PIB provém da indústria. Para efeito de comparação, o peso do setor na soma das riquezas do Estado de São Paulo é de 30,2%.

A indústria é o segmento que, na região, paga os melhores salários e realiza os maiores investimentos. Portanto, colabora bastante para engordar o PIB. Diminuindo o número de companhias industriais - boa parte delas migrou, na última década, para o Interior, como Campinas, em busca de incentivos fiscais, proximidade a algum polo de desenvolvimento tecnológico, como universidades e por questão de logística -, é preciso substituir sua presença por outra de peso.

Uma boa saída, segundo o economista da Fipe André Chagas, seria atrair empresas do setor de serviços voltados à tecnologia da informação. O desafio da região, antevendo que haverá essa troca, da indústria pelos serviços, é optar por serviços mais sofisticados, que exijam maior qualificação e paguem salários maiores. "A IBM e Dell vieram para São José dos Campos. São investimentos desse tipo que as cidades, não somente da região, têm de atrair. A ideia da desindustrialização recente é um problema para todo o País."

Hoje, a presença do setor de serviços na região se dá essencialmente por empresas terceirizadas de telemarketing, limpeza, contabilidade e logística, dentre outras. E, por mais que colaborem para aumentar o volume de emprego, pagam salários mais baixos. "Os prefeitos têm de decidir se eles querem que os municípios ofereçam trabalho de qualidade para seus moradores ou se querem que elas sejam apenas cidades-dormitório de pessoas que vão a São Paulo trabalhar em algum banco", provoca Chagas.

As áreas de comércio e serviços, juntas, contribuem em 56,7% para o PIB da região.




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