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Prazo de pente-fino na FSA chega ao fim sem divulgação de resultado

Apuração quer identificar o número de funcionários que ingressaram sem concurso público; principal suspeito é o reitor Francisco José Santos Milreu

Por Bia Moço
Especial para o Diário
05/05/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 Embora o prazo final para a entrega do pente-fino que investiga os 450 contratos de trabalho da FSA (Fundação Santo André) tenha terminado na segunda-feira, nenhum relatório foi entregue à reitoria e tampouco divulgado. Apesar de os trabalhos já terem durado 90 dias, informações não oficiais dão conta de que a comissão responsável pela avaliação tenha pedido mais 30 dias para a apresentação dos resultados.

A apuração tem como objetivo identificar o número de funcionários da instituição de Ensino Superior que ingressaram sem passar por concurso público, o que é proibido por lei. O principal investigado é o novo reitor, o professor Francisco José Santos Milreu – à frente do centro universitário desde o dia 2 de abril –, e que, inclusive, já admitiu ao Diário não ter passado por seleção pública.

A primeira data de entrega da investigação estava agendada para o dia 23 de janeiro, no entanto, devido ao número alto de contratos a serem avaliados, foi prorrogada por duas vezes. O último pedido de prazo alegou que as últimas 130 pastas deixadas para o fim eram consideradas problemáticas, tendo em vista a falta de documentos. A equipe do Diário recebeu a informação de que a comissão encontrou mais de 100 funcionários não concursados, sendo que o professor Milreu está entre eles.

CARGO EM RISCO

Há dois meses, o professor Milreu admitiu, em entrevista à equipe do Diário, que não passou por concurso público. A justificativa do docente é a de que, na época em que ingressou na instituição de Ensino Superior, em 1989, a lei não determinava a prova como regra. De acordo com ele, a legislação só passou a ser vigente no ano seguinte à sua contratação, em 1990. O reitor afirmou ainda que foi efetivado no cargo de professor após ter realizado prova escrita, a qual foi submetida à aprovação do Conselho Estadual de Educação.

Avaliada pelo Sinpro-ABC (Sindicado dos Professores do ABC) e funcionários da FSA como manobra para se garantir no cargo, duas semanas após assumir a reitoria, Milreu assinou resolução que ressalta que todos os professores da instituição exercem cargos e funções resultantes de concurso público.

De acordo com integrantes do sindicato, o reitor estaria buscando maneiras de garantir o cargo, tendo em vista a alegação do prefeito Paulo Serra (PSDB) de que, caso fique comprovada a ilegalidade da atuação de Milreu na FSA, a nomeação do professor para o cargo de reitor será cancelada.




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