Política Titulo Mauá
Atila sugere nova PPP da Sama após vetar Odebrecht

Depois de revelar rompimento com Odebrecht,
prefeito mantém plano de privatizar sistema de água

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
15/07/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Depois de revelar que pretendia romper todos os contratos com a Odebrecht Ambiental, atual BRK Ambiental, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), sugeriu manter a ideia de entregar à iniciativa privada o serviço de distribuição de água na cidade, hoje sob gestão pública. O socialista, porém, ponderou que nova PPP (Parceria Público-Privada) teria que ser idealizada, anulando convênio com a Odebrecht iniciado no governo Donisete Braga (PT, 2013-2016).

“O que está sendo discutida é a PPP que foi encaminhada pelo governo anterior. As pessoas que eram idealizadoras da (antiga) PPP estão sendo investigadas pela (Operação) Lava Jato. Isso acabou criando dúvidas, contaminou o processo”, frisou o prefeito, em referência às denúncias feitas por ex-executivos da Odebrecht Ambiental de que Donisete recebeu doações de campanha, em 2012, para manter acordos com a firma e favorecer a companhia no processo licitatório. A Odebrecht Ambiental ganhou a concorrência e a PPP só não chegou a vingar porque o atual governo paralisou o processo. Então secretário de Governo da gestão petista e responsável pela parceria, Edílson de Paula (PT) foi acusado por Guilherme Pamplona Paschoal, em delação ao MPF (Ministério Público Federal), de intermediar a negociação com a companhia. O petista nega as acusações.

Oficialmente, Atila alega que a Prefeitura ainda não definiu se vai revogar a PPP da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). O Diário apurou, porém, que o Paço prepara anular o processo nos próximos dias.

O prefeito explicou que, caso a administração opte por nova PPP, questões como a dívida da Sama com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), de R$ 1,8 bilhão, teriam que ser sanadas após o convênio. “Primeiro, quem ficaria com a dívida? Colocaríamos uma empresa nova para operar e a cidade ficaria com a dívida com a Sabesp? Isso não é justo. Outro ponto são os funcionários da Sama. Quem iria assumir, a Prefeitura? A empresa nova?”, questionou o chefe do Executivo. “Se amanhã ou depois houver uma PPP não será aproveitada a mesma. Tem que ser feito um novo processo, sem suspeitas”, emendou.

O impasse envolvendo a Sama e a PPP, cuja Odebrecht Ambiental sagrou-se vencedora, perdurou durante os dois últimos anos do governo Donisete. O plano previa investimento de cerca de R$ 150 milhões na modernização no precário sistema de distribuição de água no município. Ao mesmo tempo, o petista tentou sanar a dívida da autarquia municipal com a Sabesp, referente à quebra unilateral do contrato na época da municipalização dos serviços, em 1995, e à diferença do metro cúbico de água vendido à Sama.

A Sabesp conseguiu paralisar no TCE (Tribunal de Contas do Estado) temporariamente o andamento da PPP. O Paço chegou a cogitar desistir da parceria e propor a entrega dos serviços à estatal, mas não obteve sucesso.

A BRK já possui a gestão do saneamento na cidade e o convênio também é alvo no Paço. 




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