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Jardim Irene pede mais atenção do poder público a problemas locais

Bairro vive cenário de abandono; ao menos 50 pinguelas ligam casas à rua sob córrego

Por Matheus Angioleto
Especial para o Diário
12/07/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


“É uma situação ruim porque não tem como viver com ratos e cobras entrando em casa.” A frase, do atendente de vendas Henrique Rodrigues de Oliveira, 20 anos, exemplifica a situação de quem vive à margem de córrego no Jardim Irene, em Santo André. A falta de medidas e os problemas foram detalhados por moradores.

Oliveira é apenas um dos munícipes que têm medo dos problemas por morar na Avenida Maurício de Medeiros. O sentimento vem à tona devido à falta de manutenção e danos estruturais presentes nas pinguelas que ligam a rua às residências – por toda a extensão são 50 equipamentos de madeira. Algumas estão em condições satisfatórias, enquanto outras estão com partes faltando, com buracos e placas frágeis.

A situação traz dores de cabeça ao munícipe que tem filho de três meses e três sobrinhos com menos de cinco anos. “Fizemos as pontes, mas a lateral ainda não conseguimos. Essa parte está desbarrancando, vai descendo, perdendo a base e derrubando com o peso. Basta uma chuvinha de menos de meia hora que a água passa a ponte e já chega na metade da porta”, lamenta Oliveira.

Ter medo de quedas e de ferimentos é comum. “Minha irmã machucou o pé por conta de um buraco. Tinha de arrumar, fazer um asfalto. Assim não dá para viver”, diz o estudante Edson de Melo Nascimento, 16.

Segundo o desempregado Daniel Martins de Sousa Sena, 28, as pontes que servem para a passagem dos carros foram feitas pelos próprios moradores. Para ele, o principal problema é a chuva, fator que traz enchentes e derruba os equipamentos utilizados para travessia. “Deveriam, pelo menos, vir de mês em mês fazer a vistoria para constatar a condição. Se trocassem (a Prefeitura) as madeiras que estão piores já ajudaria bastante”, afirma o morador, que vive no local há 26 anos. “Quando chove fica perigoso, o pessoal fica em alerta para levantar as coisas de casa para não dar enchente. Está difícil mesmo”, acrescenta ele, citando ainda que o descarte irregular de lixo prejudica as condições do local.

Tanto a canalização do córrego quanto a ponte de concreto são fatores enxergados como solução. Cada vez mais pontes são construídas, causando diminuição na largura da rua e possíveis deslizamentos de terra à beira do córrego. “A solução é fazer tudo de concreto. Aí, fazia uma vez só”, relata o eletricista Antonio Oliveira de Sousa, 27.

A Prefeitura de Santo André não se manifestou até o fechamento desta edição.
 




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