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Ninguém trocou telhado dos ginásios, alega Marquinhos

Ex-titular de Esporte de Lauro e responsável por contrato com a Contex defende que acordo previa apenas pequenos reparos

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
11/04/2017 | 07:00
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Secretário de Esporte na primeira gestão do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), e responsável pelo contrato com construtora ligada a políticos próximos do verde, Marquinhos da Liga negou que o acordo com a empresa, a Contex, previa troca dos telhados dos ginásios municipais, mas apenas para “pequenos reparos”.

“A denúncia é infundada. Não se troca telhado com esse valor (o contrato foi de R$ 148 mil). Foram pequenos reparos. A empresa foi contratada para trocar telhas furadas ou quebradas, uma calha com entupimento. Com esse valor (do acordo) você não consegue trocar as telhas nem de um quarto de um ginásio. Não tem sentido”, disse Marquinhos, ao Diário.

Hoje assessor de gabinete de Lauro, o ex-secretário saiu em defesa da gestão verde, mas se isentou de responsabilidade pelo acordo, embora as próprias informações da Prefeitura indicarem que a despesa foi paga em dezembro de 2014 pelo setor que comandava até o ano passado. “Não é a Secretaria de Esportes que faz as contratações. É (a Pasta de) Obras. Não tínhamos esse cunho de fazer contratações. Mas dizer que a empresa não fez o serviço é conversa fiada”, pontuou.

O contrário foi feito com a construtora Azyal Construções Civis Ltda, também conhecida como Contex, e previa reforma de telhados de quatro ginásios municipais. O Diário, porém, conversou com funcionários em alguns desses equipamentos, como no Ayrton Senna, no Centro, que relataram que a cobertura não recebe intervenções desde que o local foi inaugurado, há cerca de 20 anos – a quadra chegou a inundar por conta das fortes chuvas. Em outros locais, a falta de manutenção faz com que as calhas acumulem água parada e virem foco do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e do zika vírus.

A denúncia rendeu a segunda CPI contra o governo Lauro na Câmara, que ainda caminha a passos lentos e não foi instaurada. A Contex é de propriedade de Jerri de Souza (PSDB), ex-assessor de José Dourado (PSDB), ex-líder da gestão verde no Legislativo e hoje interlocutor do prefeito na Casa. A mulher de Jerri, Solange Oliveira Souza, foi funcionária comissionada no gabinete de Dourado. O ex-parlamentar, por sua vez, nega conflitos de interesse.

Marquinhos não soube explicar os motivos pelos quais contratou a firma por meio de carta-convite, em vez de promover licitação com concorrência plena. “Isso daí tem que ver com o departamento responsável, eu não sei. Para questões de emergência, acho que foi por isso que foi contratada dessa maneira. É coisa que tem que ser rápida”, justificou o ex-secretário, que chefiou a Pasta durante todo o primeiro governo Lauro (2013-2016) e perdeu espaço dentro do primeiro escalão do Paço após desentendimentos com o Água Santa. 




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