Parte dos proprietários dos 24 traillers que funcionam irregularmente há cerca de 30 anos na Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, estão reticentes em relação às obras de revitalização iniciadas pela Prefeitura há cerca de um mês. Eles pedem garantias à administração de onde poderão continuar as atividades.

O projeto apresentado previa a construção de quiosques de alvenaria em rua central da Prainha, ideia depois descartada, pois trata-se de área de proteção permanente. A Prefeitura precisaria cumprir as exigências da Empresa Metropolitana de Águas e Energias, conforme explicou ontem o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Jefferson Conceição.

A incerteza entre os comerciantes e as opiniões se dividem. "O projeto é lindo, mas estamos inseguros e cansados dessa situação. Não temos garantias de nada", disse Maria Tânia de Souza, 47 anos. O secretário garantiu que nas quatro reuniões realizadas neste ano com a comunidade, os 24 comerciantes foram informados para onde serão transferidos a partir das mudanças, mas ao Diário Jefferson não soube especificar o endereço.

Outra insatisfação diz respeito ao receio de que haja queda na frequência de banhistas. Com a construção de deques na orla, a Prefeitura vai restringir o acesso à água. A ação é planejada para tentar diminuir o índice de mortes por afogamento.

A construção dos deques para apreciação da vista está em andamento próximo ao trailler 19. "A apreensão em relação ao futuro é natural. Mas não é uma intervenção fácil, há desqualificação do espaço, Queremos fazer uma nova Prainha." O custo total das obras será de R$ 7 milhões.