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Santista teria sido vítima de vingança

Surra em são-paulinos após jogo diante do Tigre, na quinta-feira, seria o motivo de emboscada na Capital

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
27/02/2014 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Briga de torcedores depois do confronto entre São Bernardo e São Paulo, quinta-feira, nos arredores do Estádio 1º de Maio, pode ter sido o motivo que levou são-paulinos a armar a emboscada que matou o santista Márcio Barreto de Toledo, domingo, no Jardim Aricanduva, na Capital, após a disputa do clássico.

Segundo apuração preliminar da Polícia Militar, na quinta-feira dois são-paulinos foram agredidos por oito pessoas vestindo roupas pretas, próximo ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), na favela DER. Segundo as vítimas, os agressores seriam torcedores do Santos e estavam com uniformes e outros objetos da Torcida Jovem, principal organizada do clube.

Os rapazes agredidos precisaram ser hospitalizados por conta de fortes pancadas sofridas na terça-feira. Um deles é esperado para prestar depoimento hoje, no 1º DP de São Bernardo. O outro continua sob cuidados médicos.

Ainda de acordo com a PM, os agressores estavam em dois carros que já foram identificados. Após o depoimento dos são-paulinos, os donos dos veículos serão chamados para prestar esclarecimentos.

A investigação da PM aponta para possível retaliação ocorrida no clássico de domingo, quando grupo de dez são-paulinos com uniformes das torcidas uniformizadas do clube estacionou dois carros na esquina da Avenida Conde de Frontin com a Rua Julio Colaço, no Jardim Aricanduva, saiu atrás de santistas que se dirigiam para a quadra da Torcida Jovem e agrediu os rivais com barras de ferro, ocasionando a morte de Márcio Toledo, 34 anos.

Procurada, a Torcida Jovem do Santos negou estar envolvida na briga em São Bernardo, mas assumiu que os agressores podem ter usado roupas da organizada, mesmo não sendo integrantes do grupo, já que os torcedores podem ter comprado os uniformes em camelôs. Já a Torcida Tricolor Independente não retornou o contato.

O delegado do 21º DP, que investiga a morte do santista, Moisés Teodoro Messi Filho, declarou ontem ter achado estranho os santistas que conseguiram fugir da emboscada dos são-paulinos não terem prestado queixa.

“Um grupinho correu. Alguém tem de aparecer. Se sou vítima, tenho um amigo que morreu e tive a sorte de conseguir fugir, tenho a obrigação de ir à delegacia”, comentou Messi. “Recebemos denúncias anônimas relativamente contundentes. Uma, inclusive, nos deu as placas dos carros e agora estamos investigando. Mas se conseguirmos pegar quem fez a emboscada, cadê a vítima para fazer o reconhecimento? É possível até que eles saibam quem os atacou, já que esse pessoal costuma estar sempre nos estádios”, completou.


Promotor pede que torcida do São Paulo não desfile no Carnaval


As desavenças entre as torcidas organizadas de Santos e São Paulo podem interferir no Carnaval paulistano, que começa amanhã. Ontem, o promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo, revelou em entrevista à Folha de S.Paulo que tem informações sobre possível vingança na segunda-feira, quando a Torcida Jovem, do Peixe, e a Independente, do São Paulo, vão desfilar pelo Grupo 1.

Castilho recomendou que a torcida são-paulina não faça o desfile e hoje vai enviar ofício para Secretaria de Segurança Pública, Procuradoria-Geral de Justiça, Comando-Geral da Polícia Militar, Secretaria Municipal de Turismo e União das Escolas de Samba Paulistanas com a orientação.

Se resolverem desfilar, os presidentes das torcidas vão assinar documento se responsabilizando por qualquer ato dos seus componentes. Em caso de descumprimento, as escolas correm o risco de serem eliminadas do Carnaval.

Será vetado ato nas dependências do sambódromo, no entorno, na saída das quadras e no espaço onde estão as alegorias. Após o desfile, os torcedores terão de deixar imediatamente o Anhembi. As regras incluem o veto ao uso de bandeiras com mastros e sinalizadores. 




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