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Calote faz escolas reajustarem preço
Por Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
11/11/2006 | 18:52
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As mensalidades das instituições de ensino particulares nas sete cidades vão subir 6% no ano que vem, em média, de acordo com projeções da Aesp (Associação das Escolas particulares do Grande ABC ) e do Sieesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo). O acréscimo é maior do que a inflação acumulada em 12 meses – de 2,33%, segundo o índice oficial (IPCA).

Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) revelam que, nos últimos 10 anos, a inflação acumulou um taxa de 92,21%, e o setor voltado para educação reajustou seus valores em 120,6%.

A presidente da Aesp, Oswana Fameli, explica que o aumento é maior que a inflação porque os gastos das escolas não aumentaram só 3% em 2006. “As correções serão de 6% a 8%. O principal balizador do reajuste são os custos mensais das entidades. A inadimplência é um fator importante, que se destacou na região, embora esteja em queda.”

As instituições particulares de ensino das sete cidades contabilizaram uma indimplência de 11% a 15% em 2006, segundo Oswana. No ano passado, o atraso nos pagamentos beirava os 18% no Grande ABC.

De acordo com o diretor e tesoureiro do Sieesp, Benjamin da Silva, a entidade prevê reajustes de 3% a 10% nas mensalidades para o ano que vem, sendo que a maioria deve trabalhar com aumentos de 5% ou 6%. “São vários fatores que balizam os acréscimos em São Paulo, mas o maior deles é a inadimplência”, revelou. O diretor argumentou que está em mais de 18% a inadimplência nas escolas particulares da Região Metropolitana de São Paulo neste ano.

“Os gastos gerais das entidades também são levados em conta na hora de se fazer o cálculo de reajuste. Os impostos representam 40% do valor das mensalidades, por exemplo”, explicou Ribeiro da Silva.

Repasses – As correções nas escolas do Grande ABC acompanham a média prevista. No colégio Arbos, com unidades em Santo André, São Bernardo e São Caetano, o reajuste para 2007 será de 5% a 6%, de acordo com o diretor financeiro da filial de Santo André, Pedro Cia Junior.

“No cálculo são levados em conta vários fatores, como os custos internos da escola e uma média de três índices (IPC da FIPE, o INPC do IBGE e o ICV do Dieese) nos quais nos baseamos, além dos ajustes da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) aos funcionários. Em 2007, o benefício será de 18% do salário bruto de cada colaborador”, revelou Junior.

O diretor explicou que a quinta série do ensino fundamental é a única que não terá o mesmo reajuste. “O valor da mensalidade aumenta bastante após a quarta série. É uma maneira de não pesar tanto no bolso dos pais a mudança no preço”, ressaltou.

O colégio Singular, que também conta com unidades em Santo André, São Bernardo e São Caetano, aumentará em 5,87% as mensalidades. “A correção tem como base os custos da escola. Não seguimos nenhum índice específico”, disse a gerente de Marketing e Estágios, Raika Tkatschuk.

Segundo Raika, despesas com salários dos professores, compras de materiais de escritório, impostos e pagamento de contas aumentam durante o ano. “Mesmo a inflação crescendo 3% em 2006, alguns produtos tiveram um aumento bem maior”.

Estabilidade – A Universidade Metodista, que fica em São Bernardo, manterá os mesmos valores das mensalidades em 2007. De acordo com o reitor da entidade, Márcio de Moraes, a iniciativa está relacionada com a preocupação de manter os alunos nos cursos. “Com a atitude também pretendemos chamar a atenção de novos estudantes”, revelou. Moraes explicou que a universidade não enfrenta grandes níveis de inadimplência, que atinge cerca de 9% dos alunos.

Na Universidade Imes, de São Caetano, as mensalidades terão um acréscimo de 3%. “Foi feito um acordo com os alunos no qual chegamos a essa percentagem. No ano passado, por exemplo, não havíamos alterado o valor”, explicou o diretor geral da mantenedora da universidade, Marco Antônio Silva. A instituição corrige os valores de acordo com o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
(Supervisão de Hugo Cilo)




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