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Toxina botulínica

A toxina botulínica é produzida pelo Clostridium botulinum, uma bactéria responsável pela paralisia muscular

Por Leo Kahn
24/04/2008 | 00:00
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A toxina botulínica é produzida pelo Clostridium botulinum, uma bactéria responsável pela paralisia muscular associada à intoxicação alimentar. Foi usada pela primeira vez na década de 1970 no tratamento do estrabismo. Inicialmente desenvolvida para tratar problemas relacionados à hiperatividade muscular localizada, especialmente ao redor dos olhos, a toxina botulínica tipo A tem sido amplamente empregada no tratamento de diversos tipos de alterações localizadas. Sua segurança e eficácia nesse tipo de tratamento já foram corroboradas por diversos estudos clínicos e são atestadas pelo tratamento bem sucedido de centenas de milhares de pacientes no planeta.

Com o avanço nas pesquisas, cientistas constantemente descobrem novas aplicações para a toxina. Atualmente, muitas pesquisas se dedicam a investigar um possível papel terapêutico do tipo A no tratamento da dor de cabeça tensional e no tratamento da enxaqueca.

A toxina botulínica atua na placa das terminações nervosas, paralisando-as. As toxinas têm diferentes sítios de ação no receptor que impedem que seja liberada a acetilcolina. Após um período de três a quatro meses de paralisação, ocorre nova reação de parte das terminações nervosas, que voltam a funcionar novamente.

Injeção de toxina botulínica com fins estéticos é um dos procedimentos cosméticos mais realizados nos dias de hoje. Desde que os primeiros estudos nesse sentido foram conduzidos, no início da década de 1990, o uso cosmético da toxina botulínica tipo A se tornou assunto comum. As rugas ou vincos são produzidos pela contração freqüente dos músculos subjacentes. Com o envelhecimento, os sulcos ou as rugas surgem perpendicularmente às fibras musculares responsáveis. A paralisia química criada pela toxina elimina a contração muscular e assim reduz as rugas e depressões dinâmicas.

Os efeitos começam a surgir depois de um ou dois dias e seu efeito máximo ocorre em torno do quarto dia de aplicação, desaparecendo gradual e lentamente por três ou quatro meses. Pacientes que se submetem a vários tratamentos consecutivos podem experimentar a persistência dos efeitos por até um ano.

Locais da face em que a toxina é aplicada: corrugador (olhos – ruga da preocupação), frontal (testa), orbicular dos olhos (pés-de-galinha), elevador do lábio (sorriso aberto), depressor do ângulo da boca (bigode chinês), mentoniano (queixo contraído) e sobrancelha (levantá-la para ficar arqueada).

A toxina é usada, também, no caso de paralisia facial, ocasionada por cirurgia ou pela idade. Pode ser indicada para quem é paraplégico ou tetraplégico, com a finalidade de relaxar os músculos. Isso ajuda na hora de dar banho, já que os músculos não ficarão contraídos. Também existe o caso de espasmo facial (blefaroespasmo), em que os olhos não se abrem por problemas neurológicos e psicológicos. Neste caso, a toxina ajuda a relaxar a musculatura.

A hiperidrose (suor excessivo nas mãos e axilas) também pode ser tratada com a toxina, que é aplicada nas glândulas sudoríparas. O efeito é um pouco maior do que na face, cerca de dez meses.

Dicas:

– A aplicação é rápida e usa-se uma agulha bem fina, a de insulina. Meia hora antes, é passada uma pomada anestésica nos pontos. O paciente pode sentir uma leve ardência, mas nada que o incomode;

– Durante as primeiras 24 horas, após a aplicação, não se deve massagear o local, nem passar cremes ou fazer atividade física e, não é recomendado deitar durante as três primeiras horas. Os efeitos podem ser observados em aproximadamente cinco dias após a aplicação e dura em média de quatro a seis meses;

– Pessoas com alergia a ovo (devido a albumina), grávidas e com algum problema de infecção não devem se submeter à técnica;

– A idade inicial recomendada para aplicação da técnica é de 30 anos;

 Não existem relatos de reações alérgicas aos procedimentos estéticos. Os hematomas transitórios podem ser atenuados com a utilização de uma agulha bem fina. As áreas com infecção em atividade não devem ser injetadas.

 As principais contra-indicações ao uso são doenças neuromusculares (como a miastenia). Um dos principais efeitos adversos da aplicação na área da pálpebra é a queda da mesma, que pode ser evitada se o profissional for experiente e souber onde aplicar o produto.

 As injeções de toxina botulínica podem ser combinadas a outros procedimentos cosméticos a fim de assegurar resultados mais refinados ou duradouros.

 Nem pense em agendar uma aplicação dias antes daquela esperada festa ou de algum evento social. Os efeitos demoram de 24 a 48 horas para começarem a aparecer. Em uma semana se tem 90% do efeito final e em duas o tratamento está completo.

Se você tem dúvidas sobre saúde, envie um e-mail para leo.kahn@uol.com.br. Sua resposta será publicada neste espaço.




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