O presidente Fernando Henrique Cardoso está fazendo um pronunciamento nesta segunda-feira para anunciar novas medidas de combate à corrupção no governo. Desta maneira, o presidente pretende justificar a articulação do governo contra a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as denúncias de corrupção envolvendo órgãos ligados ao governo federal.

A base aliada do governo também tenta evitar, nesta semana, a instalação da CPI. Lideranças na Câmara continuam reunindo assinaturas em um documento contra a criação da comissão e, no Senado, prosseguem as articulações para que a oposição não consiga as duas adesões que restam para a criação da CPI, que precisa de 27 assinaturas.

Durante a semana, a oposição deverá promover manifestações em Brasília e em outras capitais do país para cobrar as investigações das denúncias. Os senadores oposicionistas tentarão uma ação conjunta nas Comissões de Fiscalização e Controle e de Constituição e Justiça para conseguir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de 21 pessoas relacionadas ao ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge, entre familiares, sócios e amigos.

Enquanto isso, o governo vai mobilizar sua bancada para aprovar, no Congresso, projetos de seu interesse numa tentativa de diminuir o espaço para a articulação da oposição. Os oposicionistas decidiram obstruir a pauta de votações do Congresso até que seja votada a Proposta de Emenda Constitucional que restringe o uso de Medidas Provisórias.

Na próxima quarta, devem ser apreciados pelo plenário da Câmara os dois projetos de lei complementar que regulamentam os fundos de pensão públicos e privados, aprovados na semana passada pelo Senado.