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Veículo do Semasa esconde placa com CD
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
29/06/2005 | 08:01
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A reportagem do Diário flagrou nesta terça uma caminhonete do Semasa (Saneamento Ambiental de Santo André) circulando na rua Coronel Fernando Prestes, no Centro de Santo André, com placa adulterada para enganar radares que detectam abuso de velocidade. Os três últimos números de identificação foram encobertos por um CD, manobra caseira usada para burlar a fiscalização eletrônica. A infração é considerada gravíssima pelo Contran (Código Nacional de Trânsito) e prevê multa, apreensão do veículo e sete pontos na carteira de habilitação.

A caminhonete D-20, modelo antigo da General Motors, trazia a inscrição do Semasa e da Prefeitura de Santo André. Mesmo com a placa parcialmente encoberta, foi possível identificar o veículo graças ao número pintado na caçamba – BNZ 8273. A autarquia, apesar das evidências, não confirma ser proprietária da caminhonete.

O único veículo do Semasa com a placa citada seria uma Kombi – e não uma D-20 –, segundo a assessoria de imprensa do Semasa. A nota de esclarecimento diz que o caso será investigado e que, “se necessário”, vai instaurar sindicância interna. A foto do flagrante da infração não deixa dúvidas de que se trata de uma caminhonete a serviço da autarquia, e mostra claramente o número de identificação.

Segundo o Semasa, a Kombi de placa BNZ 8293 circulou nesta terça entre às 8h e 10h25 e percorreu a avenida do Oratório, rua Aimberê, praça Assis Valente, avenida Dom Pedro I e rua Tamarutaca. A autarquia diz que realiza inspeções diárias nos carros que entram e saem das unidades, mas que vai “intensificar o procedimento”. A frota é composta por 169 veículos próprios.

A secretária de Obras e Serviços Públicos de Santo André, Miriam Mos Blois, diz que a infração é “gravíssima” não só pela classificação do Contran, mas pelo fato de ter sido cometida por um funcionário público. “É um crime de trânsito que deve ser punido.”

Ela frisa que o Semasa tem administração independente e que a punição do crime não passa pela decisão de Prefeitura, mas acredita que a autarquia adotará medidas “exemplares” depois que os responsáveis pela adulteração forem identificados. Segundo ela, todas as multas que incidem sobre os veículos da frota municipal – são 670, ao todo – são cobradas dos motoristas infratores, os funcionários públicos. “Em 95% dos casos, conseguimos identificar os autores e o valor da multa é descontado na folha de pagamento.”

O Semasa explica que o motorista é penalizado com o pagamento da multa e que uma sindicância é aberta quando ele não assume a culpa pela infração. A adulteração de placas para fugir dos radares é prática recorrente em todas as cidades que adotaram a fiscalização eletrônica para coibir excessos de velocidade. Embora os flagrantes tenham diminuído, condutores que ainda não aceitam pisar “leve” no acelerador recorrem às artimanhas para escapar da dor no bolso. Além do CD, fita isolante preta – que transformam um C num O, por exemplo – e sprays são utilizados para esconder a verdadeira identidade do infratores.




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