Melancolia, rapidez, falta de pautas e ausência de três prefeitos. Estes foram os ingredientes que marcaram ontem a última reunião com os atuais chefes do Executivo na sede do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. O encontro ‘relâmpago’, que durou aproximadamente uma hora, contou com as presenças de Carlos Grana (PT-Santo André), Luiz Marinho (PT-São Bernardo), Paulo Pinheiro (PMDB-São Caetano) e Lauro Michels (PV-Diadema).

A partir de janeiro, a assembleia será liderada pelos futuros gestores municipais, que venceram as eleições de outubro. Apenas Lauro e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande da Serra) estarão nas discussões entre os prefeitos.

O clima de abatimento permeou o encontro configurado também nos semblantes dos principais cargos de confiança: Luis Paulo Bresciani (PT) secretário executivo e o ex-vereador Hamilton Lacerda (PT), diretor de programas e projetos. Eles deixarão os cargos nos próximos dias e aproveitaram a ocasião para se despedir de demais profissionais do órgão.

Atual presidente da entidade, Luiz Marinho (PT-São Bernardo) abriu a reunião – habitualmente fechada, com a presença de prefeitos e assessores – para entoar discurso de balanço final. Ele aproveitou a oportunidade para alfinetar futuros prefeitos, que defendem a redução na contribuição mensal ao Consórcio, que é de 0,5% da receita líquida de cada município.

“Precisa ter mais aporte dos municípios. Nós fizemos um esforço grande para tirar o Consórcio de um estado de quase letargia para um de fato que exerça, lidere, coordene e implante serviços regionais. Por exemplo, do centro de formação de todas as guardas que avançou nisso. Contudo, são necessários recursos. Se não fosse o Consórcio, Rio Grande da Serra não teria recebido o recurso que recebeu (R$ 44,4 milhões em Mobilidade Urbana, pela União). Agora, espero que os próximos prefeitos pensem em ações para 20 anos. Nem sempre ideias novas representam coisas boas”, afirmou Marinho, cutucando os prefeitos eleitos, que buscam corte ao volume de repasses dos municípios e demais enxugamento das despesas.

“Sou favorável que diminua, porque a minha receita diminuiu bastante”, observou Lauro, após a reunião.