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Crianças influenciam mais nos gastos gerais das famílias
Por Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
03/09/2007 | 07:11
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Passear com os filhos nos shoppings ou levá-los para ajudarem a fazer as compras de mês nos supermercados pode sair caro aos pais. De 2005 a 2006, o número de crianças que influenciam nas compras saltou de 42% para 52%, segundo o estudo realizado este ano pela empresa britânica TNS InterScience.

Hoje os gostos e desejos dos pequenos mandam no bolso do provedor da renda da família. O levantamento que constatou esse crescimento foi verificado em cinco países – Brasil, Argentina, Chile, Guatemala e México – e ouviu crianças de até 9 anos e suas mães.

Influência - O estudo revelou ainda que as crianças menores não controlam diretamente as compras da família, mas as influenciam bastante. As de 3 a 6 anos não têm noção de caro e barato, são altamente impulsivas e usam o dinheiro para comprar jogos e doces. Já as de 7 a 9 anos sabem o que está com o preço alto e o que está com valor justo. “Elas planejam, calculam, negociam e utilizam o dinheiro para comprar roupas de marca, MP3, celulares e jogos eletrônicos”, comenta a diretora de planejamento da TNS, Ivani Rossi.

Segundo ela, isso se deve à superexposição das crianças a propagandas e ao acesso de informação sobre o universo do consumo. “Isso faz com que além de escolher o que querem para si, interfiram na escolha das compras dos adultos”, diz Ivani. Outros fatores que justificam essa tendência está diretamente relacionado às mudanças estruturais das famílias da região, como a maior participação da mulher no mercado do trabalho e o aumento do número de mães solteiras e provedoras da família.

Novo perfil - As crianças de hoje, com base na pesquisa, têm um perfil bem diferente das que nasceram na década de 1990. Elas começam a ter noções de conceitos com a pobreza, riqueza e dinheiro e revelam preocupação com o aquecimento global e as ações predatórias da natureza, indícios de que serão consumidores mais conscientes no futuro.

Em contrapartida, acompanham a tendência de comportamento dos adultos, seguindo um estilo de vida voltado para os prazeres individuais.

“Atualmente, o que está fazendo toda a diferença é que as marcas se comunicam com as crianças sem a mediação de um adulto, especialmente em categorias em que a criança conta com alto poder de decisão e legitimidade para pedir. Isto é possível à medida que o surgimento de novas tecnologias de informação e de comunicação (PC, DVD, celulares etc.) ocupam novos espaços no dia-a-dia dessas crianças”, conclui Ivani.



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