Para viabilizar a construção de uma das pontes do Rodoanel, previstas no projeto, caminhões de terra e pedra abriram uma passagem semelhante a uma barragem na região do Jardim Nova Canaã, em São Bernardo. O artifício é utilizado para transportar equipamentos.

Apesar de ter licença ambiental, o aterro é criticado por ambientalistas e moradores da região, que alertam para os riscos à represa. O presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida), Virgílio de Farias, diz que a barragem altera o ecossistema da Billings.

“Mesmo que a passagem seja removida, o dano está causado. O assoreamento da represa já é grande. Os responsáveis deveriam investir em técnicas mais modernas”, diz.

O gerente de gestão ambiental da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA), José Fernando Bruno, explica que o procedimento é necessário, já que o nível da represa impede que as estacas usadas na construção da ponte sejam levadas ao corpo d’água por meio de barcos.

“Esse é um método construtivo comum. Tomamos todos os cuidados para que não haja danos ambientais. As paredes da ensecadeira (aterro) foram feitas em pedra para passagem da água, Além disso, por baixo da terra há tubos que garantem o fluxo da represa.”

Os moradores da área desconfiam. “A represa está cheia de terra. Esse parede vai ficar aí para sempre. Desse jeito, a Billings vai acabar.”, reclama José Evangélicas.