Política Titulo Só no discurso
Lauro adia reajuste e concurso para médicos

Promessa do prefeito de Diadema, estudo para reposição de 70 demissões não fica pronto

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/10/2013 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), vai deixar para o próximo ano realização de concurso público e reajuste salarial para contratação de médicos para reposição de 70 servidores que pediram demissão.

Estudo pedido pelo prefeito e pelo secretário de Saúde, José Augusto da Silva Ramos (PSDB), ainda não foi concluído e, segundo a administração, “não há previsão” para ser entregue aos gestores.

Quando assumiu o Paço, Lauro prometeu reajustar salários dos médicos e reforçou a promessa quando 70 profissionais se desligaram do Executivo por não concordarem com a política adotada por José Augusto na Pasta de Saúde.

Dois motivos recaem sobre o adiamento do concurso público e do reajuste à categoria. O principal é a falta de recursos da Prefeitura, apesar de medidas de austeridade implementadas pelo prefeito, como redução no banco de horas e oferecer postos comissionados a funcionários de carreira do Executivo.

A despeito da diminuição de gastos com servidores e o consequente alívio na folha de pagamento com relação a limites da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o percentual despendido com funcionários ainda segue alto. Majoração salarial à categoria resultaria em descumprimento da legislação e futura punição.

O segundo é um acordo de cavalheiros feitos no Consórcio Intermunicipal para não haver majoração dos vencimentos dos médicos de maneira unilateral. Segundo os prefeitos, acrescer contracheques de servidores provocaria êxodo de profissionais da rede de cidades que não tenham condição de equiparar os salários. O tema ainda segue na pauta da entidade regional, sem prazo para avanços.

Em Diadema, os ganhos de médico variam de R$ 3.342,98 para 12 horas semanais a R$ 11.143,28 para 40 horas semanais, sendo R$ 800 de valor de plantão durante a semana e R$ 1.300 aos fins de semana. De acordo com nota da gestão Lauro, 73% dos funcionários da área recebem gratificação – a última delas aprovada ainda no governo de Mário Reali (PT).

A promessa de contratação de médicos foi reforçada por José Augusto na primeira audiência pública da Saúde, no primeiro trimestre do ano, quando comentou sobre a demissão em massa de profissionais e o fechamento do atendimento pediátrico na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim das Nações, popularmente conhecido como hospital infantil.

À ocasião, o secretário justificou os cortes na Pasta porque muitos médicos, segundo ele, não quiseram cumprir horário estipulado pelo governo.

A falta de médicos no quadro da Prefeitura ocasionou no fechamento da UTI pediátrica do Hospital Municipal, no bairro Piraporinha, e na redução do funcionamento de UBSs e até da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) no bairro Paineiras.




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