Diretoria e comissão técnica do Corinthians bem que tentaram conter o tom das declarações dos jogadores do clube às vésperas do jogo contra a Ponte Preta, neste domingo, no estádio do Morumbi. Mas bastou Carlitos Tevez abrir a boca para que a falsa calmaria do Parque São Jorge viesse à tona.

Sexta-feira, o argentino reagiu às declarações do vice-presidente de Futebol, Andrés Sanchez, que na quinta-feira afirmou que não havia nenhuma negociação envolvendo Tevez e que o camisa dez não deixaria o Timão antes da Copa Libertadores do próximo ano.

"Para mim, ele (Andrés Sanchez) não é ninguém para falar de mim. Se eu vou ou não embora, isso é com o Kia (Joorabchian, homem-forte da MSI), o presidente do Corinthians (Alberto Dualib) e eu", disparou o argentino.

Tevez garantiu que não recebeu nenhuma proposta para deixar o Timão, mas mostrou-se aberto para conversar sobre o assunto. "Ouvi dizer que muitos outros times queriam que eu fosse para a Europa, mas não me falaram nada sobre o Chelsea (Inglaterra) ou outro clube. Só eu e meu representante decidimos se fico ou não, mas não fomos procurados", disse. "Assinei por cinco anos com o clube (Corinthians), porque quero ficar aqui. Mas qualquer um que queira ter o Carlitos, que venha falar comigo e aí vamos ver".

Sexta-feira, o argentino parece ter dedicado o dia para cutucar aqueles que o incomodam. Ao comentar sobre um possível encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, falou com ironia. "Não recebi nenhuma ligação do Lula. Não posso falar nada, pois ele nunca me falou nada. Só fiquei sabendo deste tipo de coisa pela imprensa. Quando cheguei aqui, ele disse que não me conhecia, depois não sei o que ele disse de mim", afirmou.

Lula é corintiano roxo e recentemente chegou a usar o argentino como exemplo da reação do PT (Partido dos Trabalhadores) à crise política. "O PT tem o arranque do Tevez", afirmou o presidente em entrevista à TV Cultura.

Assuntos extra-campo à parte, Tevez só pensa em uma coisa: ser campeão brasileiro pelo Corinthians. De acordo com o argentino, esta é sua única meta e, para alcançá-la, abre mão da artilharia do Nacional – com 19 gols, está dois atrás de Robgol, do Paysandu, que lidera a lista dos maiores goleadores da competição. "Quero levantar a copa (Campeonato Brasileiro), nada mais. Não me importa muito (a artilharia). Só quero ser campeão no Corinthians", disse.

E Tevez não aceita que o título tenha a pecha de contaminado por causa do escândalo da Máfia do Apito e a remarcação das 11 partidas comandadas pelo ex-árbitro por Edílson Pereira de Carvalho. "Falei que não queria disputar esses jogos porque iam falar que o Corinthians foi favorecido. Mas tudo bem."