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Junho termina com menor taxa de óbitos desde março

Sexto mês do ano registrou 964 mortes, mas bateu recorde de novos casos, com 27.976 pessoas contaminadas

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
01/07/2021 | 00:36
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Denis Maciel/ DGABC


O Grande ABC terminou o sexto mês do ano com 964 mortes por Covid-19, o menor número de óbitos registrados desde março, quando a região perdeu 1.087 vidas. Em compensação, junho foi o mês com o maior número de infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia, terminando os 30 dias com 27.976 pessoas confirmadas com a doença, superando o recorde de 24.851 contaminados em março.

Os números relacionados aos casos, porém, podem ter apresentado aumento neste mês devido às mudanças na forma de apurar contaminados anunciadas em três das sete cidades. São Caetano e Mauá, por exemplo, passaram a contabilizar em 24h todas as pessoas confirmadas com Covid, mesmo que o caso tenha sido analisado antes do período e em outros municípios. Já nesta segunda-feira, a Secretaria de Saúde de Diadema passou a considerar como casos confirmados, além dos que tiveram testagem por meio de exames laboratoriais, também aqueles pacientes que foram comprovados clinicamente, ou seja, quando o doente apresenta um ou mais sintomas do coronavírus, normalmente associado à perda de olfato e paladar.

O critério adotado pelo município é o mesmo que o Ministério da Saúde usa desde agosto de 2020. Porém, com a nova norma a cidade chegou a passar dos 3.000 casos de Covid no início da semana.

No entanto, apesar do número de contaminados ter alavancado na região depois da mudança de contabilização das cidades, o infectologista e diretor do centro de pesquisas clínicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Fabio Leal, explica que, para se ter certeza sobre o fenômeno de registrar mais casos e menos mortes, seria preciso avaliar outros fatores, e pondera que diversas causas e detalhes clínicos podem estar inseridos.

Segundo o especialista, o aumento dos casos pode estar relacionado à confirmação da doença por meio de exames laboratoriais. “Um desses motivos que deveriam ser vistos é a quantidade de testes feitos. A cada dia temos mais disponibilidade de testes, e precisaria ser avaliado quantos destes foram realizados, porque isso pode ser um dos motivos de se ter um maior número de diagnosticados”, detalhou o médico. As prefeituras não divulgam nos boletins os números de testes realizados no mês.

Além disso, Leal destaca que o avanço da vacina nas sete cidades do Grande ABC pode ter sido vetor na diminuição de mortes decorrentes da Covid, já que a campanha tem como principal objetivo minimizar a doença em estado grave. “A vacina pode ser, hipoteticamente, um fato que explica esse caso. Quanto mais pessoas vacinadas se têm, a lógica é que se tenha menos casos graves, e menos mortes. Mas a vacina não tem a mesma eficácia para evitar casos leves (que continuam ocorrendo)”, frisou Leal.

TESTAGEM
Levantamento feito pelo meuDNA Covid, testagem do tipo PCR, mostra que no período de 29 de março a 21 de junho as 70 farmácias parceiras que vendem o modelo em Santo André, São Bernardo e São Caetano tiveram 5% de aumento nos resultados positivos para a doença. Em abril as drogarias venderam 9% a mais de testes do que a última semana de fevereiro.  




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