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Estado confirma 741 casos de Covid-19 nas escolas

Sindicato e três cidades do Grande ABC contabilizam ao menos 160 profissionais da educação afastados em razão do vírus

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
17/02/2021 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Em 44 dias desde a retomada das atividades educacionais presenciais, São Paulo já registrou 741 casos de Covid em escolas estaduais, municipais e privadas, conforme anunciou ontem o secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares. Os dados referentes ao Grande ABC não foram separados pela pasta até o fechamento desta edição, porém, o Diário obteve junto à Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) que três profissionais morreram nas últimas duas semanas e são mais de 20 casos de contaminação confirmados nos colégios estaduais. Já as prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano contabilizam 140 profissionais infectados nas escolas municipais.

Rossieli explicou que o número apresentado ontem contempla as notificações do dia 3 de janeiro até 13 de fevereiro, período em que as escolas estiveram em atividade semipresencial para recuperações, planejamento educacional e matrículas – os registros foram computados pelo Simed (Sistema de Informação e Monitoramento da Educação), programa desenvolvido pelo governo estadual para monitoramento de casos de Covid na rede.

O secretário ressaltou que, até o momento, 357 escolas estaduais registraram um caso, 28 unidades tiveram dois casos e 11 instituições contam com três ou mais confirmações por Covid. “Na maioria das escolas houve somente um caso. Isso é importante porque mostra que essa pessoa não pegou na escola. Pode ter pego em qualquer outro lugar”, afirmou o secretário, ressaltando que a taxa de transmissão nas unidades estaduais tem sido investigada e, conforme Rossieli, o índice está abaixo do esperado.

No entanto, segundo Renato Grinbaum, infectologista e professor do curso de medicina da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), é importante saber, também, se as pessoas contaminadas estão levando o vírus para os familiares, reforçando que o problema também está na contaminação dos estudantes. “Não podemos olhar só para as crianças, mas para a sociedade como todo”, disse o especialista. “Sabemos que os riscos para as crianças são menores e que elas transmitem menos. O problema é entender que estamos em segundo pico e o que deve ser observado não é só o ambiente das crianças, mas todo o movimento que é gerado em torno do estudante, aglomeração, transporte e o resto. Não se trata somente de vacinação, mas do momento da pandemia”, rebateu Grinbaum.

NA REGIÃO

Só na última semana Santo André registrou dois óbitos decorrentes do novo coronavírus na área educacional, sendo o professor Amauri Nicolete, no dia 12 de fevereiro, e a professora Rúbia Generatto, no dia 14. Nicolete era docente de física na EE (Escola Estadual) Padre Agnaldo Sebastião Vieira, na Vila Guiomar, e Rubia ocupava o cargo de diretora da EE Cristina Fittipaldi, no Valparaíso.

Conforme a Apeoesp, há ainda a morte de um dirigente de educação de Mauá, denominado Fernando – o nome completo não foi informado –, além de oito casos confirmados em Santo André, sete em São Bernardo e mais cinco em Diadema.

Embora somente São Caetano tenha retomado as aulas presenciais (são três profissionais afastados na cidade por Covid até agora), a Prefeitura de Santo André informou que 128 colaboradores estão afastados entre professores, merendeiras, agente de educação infantil e agentes de inclusão escolar, bem como inspetores de alunos. Em São Bernardo o Paço confirmou nove servidores contaminados.




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