Economia Titulo Caged
Na região, 902 perdem emprego com carteira assinada em julho

Mau desempenho foi puxado por serviços; no País, saldo ficou positivo após 4 meses

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
22/08/2020 | 00:05
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Marcello Casal JR/Agência Brasil


Na contramão dos números do País, que após quatro meses no vermelho apontaram para saldo – admissões menos demissões – positivo na geração de empregos em julho, com 131 mil vagas criadas, o Grande ABC registrou 902 demissões. O resultado foi influenciado pelo setor de serviços, que sozinho registrou o fechamento de 808 vagas no período.

Os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram divulgados ontem pelo Ministério da Economia e tabulados pelo Diário. O setor de serviços vinha sendo o principal responsável pela geração de vagas no mercado de trabalho formal da região – em julho do ano passado, o saldo ficou positivo em 1.098 empregos criados, impulsionado pelo segmento.

A indústria, que alavancou os números nacionais (foram 53,5 mil postos gerados, principalmente em fábricas de alimentos e construção civil) também demitiu na região (-355), apesar de construção civil e comércio ficarem no azul.

“Essa reação mais lenta da indústria aqui na região acende sinal de alerta”, afirmou o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, ao complementar que, após o término do auxílio emergencial haverá ainda mais pessoas procurando emprego.

“A região tem dependência forte do setor industrial e dos serviços ligados à indústria, que dependem muito do consumo, fluxo de salários, massa de renda circulante na economia e disponibilidade de crédito”, explicou o coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio.

O saldo dos sete primeiros meses de 2020 ainda amarga fortes consequências da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus. Na região, foram perdidos 33,6 mil postos no período. O País também acumula saldo negativo do período, de 1,092 milhão de vagas – o pior desempenho para o período na série histórica disponibilizada desde 2002.

“Observamos (pelo saldo do Brasil, em julho) que há expectativa de que o mercado de trabalho pare de encolher. Mas tivemos fortes quedas no emprego, principalmente a partir de março (quando começou a pandemia no País), e uma queda significativa da massa de renda. Isso diminui o poder de compra dos consumidores, não só de quem perdeu o emprego. Todos são afetados pelas incertezas”, disse Maskio. A previsão do especialista é que dificilmente neste ano o mercado de trabalho seja totalmente recuperado. 




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