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Fotógrafo lança 'Mulheres da Amazônia'
Por Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
22/11/2003 | 17:39
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O andreense Pedro Martinelli, 53 anos, afirma que para ele fotografia é, antes de tudo, informação. “Trabalho com conjuntos de imagens para dar a idéia de um universo. Se as fotos forem boas, melhor”. Isso é o que ele faz em Mulheres da Amazônia (Editora Jaraqui, formato 24cm x 28cm, 176 págs.), livro que será lançado às 19h30 de segunda-feira no Museu da Casa Brasileira (avenida Brigadeiro Faria Lima, nº 2.705, São Paulo. Tel.: 3032-3727), em evento com entrada franca.

“Retrato no livro um universo que é desconhecido nos grandes centros. Acredito que mostrando a mulher da Amazônia posso fazer as pessoas das grandes cidades refletirem um pouco, e que ao trabalhar esse tema posso aproximar esses diferentes mundos. Lá, elas sobrevivem no inferno verde, que não é lugar para gente morar. E elas habitam e sabem como fazer isso. Temos de valorizá-las, resgatar sua auto-estima e aprender com elas”, disse Martinelli.

“O que difere as mulheres da Amazônia das dos centros urbanos é a velocidade do cotidiano que separa esses mundos. Aqui a mulher trabalha como executiva e lá, também, cada vez mais ela é chefe de família. Sobre o mercado de trabalho, o de lá é culturalmente mais machista”, afirmou.

Martinelli apresenta na obra os hábitos e costumes das caboclas e índias por meio de 260 reproduções fotográficas em cores e em preto-e-branco, cenas captadas entre 1994 e 2002 em regiões do Pará, Acre, Amapá e Amazonas.

Sobre o tema trabalho, ele mostra por exemplo a mulher que leva um dia inteiro para colher e fazer da mandioca-brava alimento até a soldadora que passa o dia na Hidrelétrica de Tucuruí (PA). Trata ainda de outros assuntos, como moda e beleza.

Martinelli colocou pela primeira vez os pés na Amazônia em 1971, em uma cobertura jornalística para um jornal carioca acompanhado dos sertanistas e irmãos Claudio e Orlando Villas Boas, ambos mortos. Nunca mais deixou de visitar o local.

No currículo do fotógrafo também constam os livros Panarás (sobre os índios dessa tribo) e Amazônia: O Povo das Águas. Para apreciar imagens destes e do novo título, basta acessar o site www.pedromartinelli.com.br.

Mulheres da Amazônia, com tiragem de 5 mil exemplares, marca o início da editora de Martinelli, a Jaraqui, “nome de um peixe da Amazônia, conhecido também como mata-fome e brasileirinho, porque tem o rabo listrado de verde e amarelo”. Pela editora, o fotógrafo lançará exclusivamente seus livros.

A nova publicação de Martinelli será comercializada, a partir da próxima semana, somente na Fnac (Tel.: 3097-0022, site www.fnac.com.br), em São Paulo, e na Super Banca (Tel.: 4994-0443), em Santo André, que pertence ao irmão do fotógrafo (João).

Na página eletrônica do Instituto Socioambiental também será possível adquirir exemplares. Nesta segunda-feira, durante o lançamento, o título estará à venda, a R$ 80.

Martinelli começou a carreira na área de fotografia em 1967, em Santo André. Um ano depois, começou a trabalhar no News Seller (hoje Diário).

Thomas Farkas, 79 anos, um dos mais importante nomes da fotografia contemporânea brasileira, em entrevista recente concedida ao Diário, foi questionado sobre quais os fotógrafos da atualidade dos quais admira o trabalho. Citou cinco ou seis nomes, entre eles o de Martinelli.




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