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Primos, Erick e Nilton serão adversários em Rio Grande

Petista e tucano são parentes de primeiro grau e pré-candidatos à Prefeitura neste ano

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
26/01/2020 | 00:02
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Montagem/DGABC


A família De Paula em Rio Grande da Serra tende a levar para outro patamar a divisão política vista nos lares brasileiros diante de ambiente fortemente polarizado desde a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.

Erick de Paula é ex-presidente do PT local e, no ano passado, conseguiu se colocar como único pré-candidato na disputa pela sucessão do prefeito Gabriel Maranhão (Cidadania), após superar resistência do ex-prefeito Ramon Velásquez.

E, na semana passada, viu o PSDB, adversário histórico do petismo em âmbito nacional, filiar seu primo de primeiro grau Nilton de Paula e lançá-lo ao Paço.

“Há um bom tempo não falo com meu primo Nilton. Sei que ele é novo na política, já que não me recordo dele em debates políticos na cidade. Sei que é uma situação inusitada, mas vou focar na minha candidatura”, declarou Erick, que já iniciou atividades de pré-campanha.

Erick é filho de João Bosco de Paula, 69 anos, e que se aposentou como ferroviário. Nilton, por sua vez, é filho de José Pedro de Paula, 78, também aposentado como ferroviário em Rio Grande da Serra.

Nilton atua como empresário do ramo imobiliário na cidade e é um dos fundadores da associação comercial de Rio Grande da Serra. “Realmente não participava do jogo político da cidade. Assinei inscrição partidária na semana passada”, revelou.

Sobre sua relação com Erick, o novo tucano relatou que tem boas memórias do primo e disse que sempre se deram muito bem. “Ele sempre foi mais engajado e sempre militou na política da cidade. Tem bem mais experiência que eu”, admitiu. A escolha pelo PSDB, segundo o próprio Nilton, foi pura coincidência, já que outros partidos ofereceram a sigla para encampar sua pré-candidatura. “Sou simpático à candidatura avulsa”, pontuou.

Já na disputa eleitoral, ambos têm visões diferentes de quem será o vencedor. Enquanto Erick evita falar de quem será o novo prefeito de Rio Grande, Nilton é mais direto. “Serei o grande vencedor desta eleição. Se meu primo Erick quiser me apoiar, será muito bem-vindo”, declarou. Sobre essa declaração, o petista rebate. “Voto não se recusa e apoio se discute. Vamos para o jogo eleitoral”, disse.

Sem se falar havia sete anos, Nilton e Erick voltaram a conversar logo após entrevistas para o Diário. “Nilton acabou de me mandar mensagem”, disse Erick, que teria agendado um encontro com o primo.

Será a primeira vez dos dois na corrida majoritária. Em 2016, curiosamente, PT e PSDB foram protagonistas do pleito em Rio Grande. Então tucano, Maranhão conquistou a reeleição ao superar o ex-vereador Claudinho da Geladeira, que estava no PT. Os dois deixaram seus respectivos partidos: Maranhão está no Cidadania e Claudinho, no Podemos.

Família Teixeira vive divisão de gerações no município

Rio Grande da Serra já teve registro de integrantes da mesma família como adversários políticos: os Teixeira. Edmundo Luiz de Nóbrega Teixeira seria candidato à Prefeitura da cidade em 1976, mas morreu naquele ano. Seu filho Aarão herdou a campanha e, mesmo com 18 anos, venceu.

Outros dois filhos de Edmundo ingressaram na carreira política, o que acirrou os ânimos na família.

José Teixeira (hoje vereador e no PSL) foi prefeito de Rio Grande entre 1993 e 1996. O caçula, Adler Kiko Teixeira (PSB), conseguiu o mesmo feito duas vezes: administrou a cidade de 2005 a 2012 e hoje é prefeito da vizinha Ribeirão Pires.

Aarão e Kiko estão em raias opostas politicamente e já se enfrentaram em uma eleição para prefeito: em 1998, houve pleito suplementar na cidade após as mortes de Cido Franco e José Carlos Arruda, prefeito e vice eleitos em 1996. Aquele processo eleitoral foi vencido por Danilo Franco.

A animosidade passou de geração. Filho de Aarão, Polita Teixeira trabalha na administração do tio em Ribeirão Pires, mas não poupa críticas políticas ao socialista. Outro filho de Aarão, Rato Teixeira (PTB) é vereador e presidente da Câmara, mas está no bloco que defende Kiko, seu tio.  




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