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Nairo Ferreira pede afastamento da presidência do São Caetano

Dirigente,que ocupa cargo desde a fundação, alega tratamento médico como justificativa

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
09/10/2019 | 07:00
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Pressionado por todos os lados, Nairo Ferreira de Souza não resistiu e pediu ontem afastamento da presidência do São Caetano. O dirigente registrou carta no 3º Tabelião de Notas e de Protesto da cidade informando que ficará afastado pelo menos até 20 de abril de 2020, alegando tratamento médico. Com isso, chega ao fim era de 30 anos de gestão do mandatário, que exerce o cargo desde a fundação do Azulão, em 1989.

Na carta, à qual o Diário teve acesso, o dirigente escreve que “pede afastamento em definitivo da função de presidente do conselho de administração até o dia 20 de abril de 2020, por motivo de tratamento médico”. “Espero tão logo estar em boas condições de saúde voltar a contribuir com tão valorosa entidade, que muito honrei nos anos em que estive à frente.”

Presidente do conselho deliberativo do São Caetano, Paulo Bottura confirmou a veracidade da carta enviada por Nairo, mas argumentou que não há decisão fechada a respeito do caso. Ex-vereador da cidade, ele disse que hoje haverá reunião do conselho para tratar dos pormenores de eventual transação financeira envolvendo a empresa que administra o futebol do Azulão, a São Caetano Futebol Ltda, presidida por Nairo desde 17 de dezembro de 2003, quando assumiu o controle do clube.

“É uma proposta de afastamento desde que alguém assuma a empresa. É a intenção dele (Nairo, em se afastar), desde que se consolidem alguns pontos. Há bilateralidade de execução desse acordo”, discorreu Bottura, citando que um dos interessados é Saul Klein, filho de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia. “Não sei se ele (Saul) participará da reunião, mas certamente um representante dele estará.”
A pressão sobre a administração de Nairo Ferreira aumentou nas últimas semanas, quando houve reaproximação de Saul com a diretoria. O empresário, que foi o principal apoiador financeiro nos melhores anos da história do Azulão, quando o clube foi vice-campeão da Libertadores de 2001 e do Campeonato Brasileiro de 2000, estava iniciando trabalho de renovação das categorias de base e havia trazido cinco ídolos – Silvio Luiz, Anderson Lima, Dininho, Adãozinho e Adhemar – para trabalhar com os garotos.

Saul, porém, teria se deparado com problemas administrativos que envolviam desvio de recursos e passou a exigir a renúncia de Nairo para que as denúncias não chegassem ao Ministério Público. Nesse meio- tempo, o empresário passou a negociar a ida para outros clubes do Estado, entre eles o Santo André, que teria sido usado para aumentar a pressão externa sobre o mandatário. Até agentes públicos foram envolvidos no enredo.

A expectativa é que na reunião de hoje do conselho as informações sejam passadas a limpo e o encontro defina quem seguirá à frente do clube. Procurados pelo Diário, Nairo e o diretor de futebol Genivaldo Leal não foram localizados.
(Colaborou Raphael Rocha) 




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