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PSL de São Bernardo é destituído após acusação

Antigo presidente é chefe de gabinete de Nishikawa e investigado por prática de ‘pedágio’ na Assembleia

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
12/08/2019 | 07:00
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DGABC


O diretório do PSL em São Bernardo foi destituído na segunda-feira passada, no mesmo dia em que o Diário mostrou que o presidente do partido na cidade, Walter Resende Filho, é um dos investigados por suspeita de prática de ‘pedágio’ no gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL), de São Bernardo. Resende Filho é chefe de gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa.

No mês passado, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) autorizou a PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) a investigar denúncia contra Nishikawa, Resende Filho e o assessor especial David Monteiro de Mello. A acusação, anônima, indica que o trio recolhia metade do salário de servidores do gabinete – são 18 colaboradores lotados no escritório parlamentar.

O ato de se apropriar de parte de salários de assessores é conhecido como ‘pedágio’ ou ‘rachadinha’. O mesmo tipo de investigação atinge um dos filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), acusado de receber R$ 96 mil em diversos depósitos de R$ 2.000 do ex- assessor e ex-motorista Fabrício Queiroz. O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), entidade ligada à Receita Federal, alega que a movimentação é suspeita. A apuração, porém, foi suspensa por determinação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. 

No sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o diretório de São Bernardo aparece com os seguintes dizeres: “inativo por decisão do partido”. A direção havia sido constituída no dia 13 de março de 2018. A destituição do diretório acontece no momento em que a sigla discutia a formação de chapa de candidatos a vereador para o pleito de 2020.

Outro fator que envolveu o PSL de São Bernardo na semana passada – e revelado pelo Diário – foi um diálogo entre Resende e Nishikawa com potenciais candidatos a vereador na cidade. O então presidente do PSL local deixou claro que exigiria dois cargos de futuros eleitos, dizendo que indicaria postulantes derrotados para essas vagas com objetivo de manter o grupo unido. Nishikawa demonstrou contrariedade com a determinação e se colocou contrário à prática.

Além de negar a suspeita apontada pela PGJ, Nishikawa tem adotado discurso de que está sendo alvo de ataques pela possibilidade de se lançar como candidato a prefeito, mesmo já declarando que não disputaria a cadeira. No Grande ABC, o PSL tenta se estruturar para participar do pleito de 2020, mas só há diretórios ativos, até o momento, em Santo André, Diadema e Rio Grande da Serra. 

Procurados, Nishikawa e e Resende não retornaram aos questionamentos do Diário até o fechamento desta edição. Presidente do diretório estadual do PSL, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), não foi localizado para comentar o encerramento do diretório da sigla em São Bernardo.




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