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'Lauro enjoou do brinquedo que quis pegar', dispara Filippi

Ex-prefeito de Diadema admite candidatura em 2020 e prevê cenário difícil se for eleito ao Paço

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
04/08/2019 | 07:02
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 Prefeito de Diadema em três oportunidades (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008), José de Filippi Júnior (PT) admitiu publicamente vontade de concorrer ao Paço no ano que vem. O tamanho do ímpeto pode ser medido no tom de críticas à administração de Lauro Michels (PV), que, em 2012, pôs fim à hegemonia de políticos oriundos do petismo no comando da cidade.

“O Lauro veio da elite. Parece um rapaz mimado que pegou um brinquedo e enjoou dele. Ele está deteriorando a Prefeitura, deteriorando o que recebeu do Mário”, dispara o petista, citando seu pupilo, o ex-prefeito Mário Reali (PT, 2009-2012), que perdeu a reeleição para o verde há sete anos. “Ele (Lauro) está deixando a Prefeitura quase insolvente. Já quadruplicou a dívida que recebeu do Mário. Sei que, se eu retornar, meu trabalho será longe de ser fácil.”

Filippi se consolidou como cacique de Diadema nos anos 2000 após sair fortalecido de batalhas internas com os ex-prefeitos Gilson Menezes (PDT) e José Augusto da Silva Ramos (PSDB). Ao emplacar Reali como sucessor, em 2008, alçou voos maiores. Foi estudar em Harvard, nos Estados Unidos, virou tesoureiro de campanhas presidenciais do PT, deputado federal e secretário de Saúde de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad (PT, 2013-2016).

Todo esse processo, ele reconhece, o fez se distanciar de Diadema, embora continuasse morando no Centro da cidade. “Para mim, naquele momento, o ciclo em Diadema tinha se encerrado. Não queria mais seguir na carreira política de mandato. Morava no município, mas minha militância estava quase toda em São Paulo. Mas me reconectei com Diadema.”

A reconexão foi a candidatura a deputado federal em 2018. Depois de ser apenas apoiador na campanha do PT em 2016, quando a sigla apostou no então vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, e ficou fora até do segundo turno pela primeira vez na história da cidade, Filippi tentou reconquistar cadeira em Brasília. A votação ficou aquém da esperada – 43.382 votos – e não obteve sua vaga na Câmara Federal.

“Foram uma derrota eleitoral e uma vitória política. Andei por todo o lado, conversei com muita gente. Não tenho dúvida que esse reencontro com Diadema foi decisivo para eu mesmo sentir apoio para o ano que vem. Eu mesmo senti que posso contribuir para que a cidade retome cenário”, avaliou o ex-prefeito.

Na comparação de cenários, Filippi reconheceu que o desafio será maior. “Fui prefeito há 12 anos. Especificamente em Diadema, vemos situação muito preocupante e entristecedora porque a cidade está regredindo. Faço parte de conjunto de valores da política, do PT associado a outros partidos, que visa promover políticas sociais de integração e de combate às desigualdades. Há regressão no Brasil, há regressão na política e há regressão em Diadema. Vamos entrar na campanha com muita dedicação, paixão, humildade. As condições são muito adversas. Nenhuma ilusão de que, chegando lá, as coisas serão fáceis”, finalizou.




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