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Rappers se envolvem em campanhas
Por Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
26/10/2008 | 07:05
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Tiago Silva/DGABC


Nas ruas das periferias de Santo André e São Bernardo, Edivaldo Pereira, 38 anos, e Cristian de Souza Augusto, 34 anos, poderiam passar despercebidos. Mas enquanto caminham, portas e janelas se abrem e o rap vira música ambiente. A rotina tem se repetido desde o início da campanha eleitoral, quando Edivaldo, mais conhecido como Edi Rock - líder do grupo de rap Racionais MC's -, acompanhado de Cristian - o Afro X, do 509-E - decidiram apoiar os prefeituráveis petistas Vanderlei Siraque (Santo André) e Luiz Marinho (São Bernardo).

Sustentados pelo estilo musical e a história de vida dos moradores da periferia, os rappers percorreram mais de 18 comunidades dos dois municípios com a missão espontânea e ideológica de angariar votos para a legenda. "Temos uma influência, porque representamos a massa, as pessoas que vivem sem infra-estrutura", explica Edi Rock.

Para atingir o público-alvo, os jovens, Afro X chegou a substituir os tradicionais jingles de campanha pelos raps. Mas o objetivo de ambos não é fazer campanha. Segundo eles, há projetos sociais envolvidos. "Queremos mostrar para as pessoas que elas têm o poder de opinar e participar das decisões da cidade", conta Afro X.

Para o professor de Sociologia Urbana da USCS (universidade São Caetano), Antônio Carlos Dias, pessoas que integram movimentos são, no geral, ativistas. "Eles agem como modificador de opinião. É um grupo com potencial de influência, mas restrito, já que a subcultura juvenil é parte de um conjunto maior da população."

O cientista político Rui Tavares Maluf, não ousa afirmar que a campanha dos rappers resulta em transferência de votos. "Não dá para afirmar que a participação de personalidades influencia o eleitorado. Os eleitores estão mais vacinados. Só no dia 26 saberemos se foi eficaz."




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