Política Titulo Em 2020
Luiz Marinho admite ser candidato em S.Bernardo

Derrotado ao Estado em 2018, ex-prefeito não descarta possibilidade: ‘Se tiver clamor, analiso’

Por Raphael Rocha
do dgabc.com.br
06/03/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Ex-prefeito de São Bernardo e candidato do PT derrotado ao governo do Estado no ano passado, Luiz Marinho admitiu que pode pleitear a Prefeitura são-bernardense em 2020. O petista argumentou que tem ouvido comparações de sua gestão com a do atual prefeito Orlando Morando (PSDB) e que, se houver clamor popular, pode retornar às urnas no ano que vem.

“Estarei no encontro da urna. Não sei se como candidato porque depende mais do povo da cidade do que de mim. Em 2008, o (ex) presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva, PT) pediu para que eu não fosse candidato em São Bernardo e continuasse no governo (à época, era ministro do Trabalho), que eu estava desempenhando um bom papel. Mas a cidade estava me chamando”, disse Marinho, em entrevista ao Jornal Em Rede, de São Bernardo. “Hoje o povo conhece o Luiz Marinho, sabe fazer comparação do que fiz e do que está sendo feito. (Para ser candidato) Tem de me chamar. Se tiver chamado forte da cidade, a gente analisa. Estamos em 2019, a eleição é em 2020.”

Foi a primeira declaração mais contundente de Marinho a respeito da possibilidade de concorrer à Prefeitura de São Bernardo. Desde que perdeu o pleito de 2018 – sequer foi ao segundo turno na corrida estadual, no pior desempenho de um petista nos últimos 20 anos na eleição ao Estado –, o petista optou por centrar críticas nas gestões do governador João Doria (PSDB) e do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O que se especulava era que Marinho ficaria fora da corrida eleitoral do ano que vem em busca de viabilidade para 2022, pensando em concorrer novamente ao Estado ou até ao Senado. Nas últimas semanas, entretanto, Marinho tornou a tratar de temas municipais, impulsionado pelo anúncio da saída da Ford da cidade.

Marinho avaliou que teve bom desempenho na eleição estadual, dizendo que sua campanha era inferior à de seus adversários, em especial as de Doria e a do então governador Márcio França (PSB), que perdeu a reeleição para o tucano. “Percorri o Estado de forma peculiar. Com recursos escassos, de forma sub-humana. Fiz campanha de carro, enquanto meus adversários fizeram de helicóptero, de avião. Gastei R$ 5,5 milhões no total. Não se faz campanha para governador com esse dinheiro.”

Sobre o fato de ter perdido em São Bernardo para Doria (111,3 mil votos para o tucano contra 101,3 mil), Marinho contemporizou. “Tive bom desempenho se analisarmos a seguinte circunstância: quase não fiz campanha em São Bernardo. Tive pouco tempo de TV. Em São Bernardo tive bom desempenho. Teve gente que não gostou. Estou satisfeito.”

MUSEU
Na mesma entrevista, o ex-prefeito de São Bernardo minimizou as ações do MPF (Ministério Público Federal) movidas contra ele por conta da construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador. A instituição acusa desvios de recursos na obra, que não foi entregue pelo petista e agora receberá uma Fábrica de Cultura. “Desafio o MPF provar alguma irregularidade.”

“O museu foi debatido com a cidade em meu plano de governo, de 2008. Era obra destinada à cultura. Escuto gente falando que esse dinheiro poderia ir para a saúde, eu até perdoo quando escuto, porque sei que é por desconhecimento. Esse dinheiro veio carimbado para cultura. E mais: não se trata de museu do Lula. A imprensa e os maldosos falam isso”, disse. “O museu contaria toda história do trabalho na cidade, dos carvoeiros, plantadores de cebola. Mas, é claro, não tem como falar de trabalho em São Bernardo e não passar pelo Lula.” 




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