Política Titulo Diadema
Lauro esbarra em 2ª CPI na Câmara neste ano

Oposição protocola pedido de investigação de contrato do Paço com empresa de tucano

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
30/03/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), está prestes a enfrentar a segunda CPI neste ano, em apenas três meses. A oposição protocolou ontem novo pedido de abertura de investigação. Desta vez, para apurar irregularidades em contrato sem licitação entre o Paço e uma construtora cujo dono é aliado de políticos próximos do verde.

A nova CPI tem objeto semelhante à comissão instalada para averiguar empresa de fundo de quintal: levantar se a firma contratada pelo governo Lauro seria fantasma e se executou os serviços pelos quais recebeu, no valor de R$ 148 mil. A empresa é a Azyal Construções Civis Ltda, também conhecida como Contex, contratada em 2014 por meio de carta-convite para reformar telhados de ginásios municipais. O Diário revelou no dia 13 que a firma é de propriedade de Jerri de Souza (PSDB), que foi assessor do ex-vereador José Dourado (PSDB), ex-líder do governo verde no Legislativo.

Além de a empresa não possuir sede própria – o endereço cadastrado na Junta Comercial remete a várias casas de aluguel no Eldorado, inclusive a de Jerri – a equipe do Diário constatou com funcionários de alguns equipamentos esportivos que não houve a troca da cobertura da quadra, como estabelece o contrato firmado pelo Paço. “Precisamos entender qual é a dinâmica da reprodução de empresas fantasmas neste governo. Existir uma firma fantasma até que a gente espera, mas duas?”, questionou o petista Josa Queiroz, líder do G-12 (grupo de oposicionistas do PT, PR, PRB, PPS e DEM), que assina a CPI. Para o parlamentar, o fato de o cabo eleitoral de um aliado do governo ser dono da empresa não configura por si só ilegalidade, mas imoralidade. “Além de o governo ser extensão da família Michels, parece ser extensão dos amigos da família Michels”, disparou. “São vários indícios que justificam a abertura de CPI, como essa questão de o dono da empresa ser ligado a partido político aliado do governo”, frisou Cícero Antônio da Silva, o Cicinho (PRB), que será indicado pelo grupo para presidir a CPI. A relatoria deve ficar com Orlando Vitoriano (PT).

A abertura de uma segunda comissão em curto espaço de tempo irritou o núcleo duro do governo, que ainda vinha tentando digerir a existência da CPI da empresa de fundo de quintal, a Mendonça e Silva. Assim como a Azyal, a firma não possui matriz própria e está situada nos fundos de um cortiço na periferia da cidade.

Zé Dourado até que tentou acalmar os ânimos da oposição. Em reunião reservada com os parlamentares, o tucano se defendeu, alegando que Jerri nunca foi seu assessor, mas admitiu que a mulher do empresário foi funcionária comissionada em seu gabinete.

Líder do governo, Célio Boi (PSB) voltou a minimizar o passo para a apuração. “É prerrogativa do vereador fiscalizar o Executivo. Se alguma irregularidade for encontrada, os órgãos de controle serão acionados”. O Ministério Público já investiga os dois casos. 




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