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Suzantur fere contrato em Mauá

Operadora exclusiva do transporte coletivo na cidade, empresa tem ignorado exigências firmadas em vínculo contratual de 2014

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
15/02/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Dois anos e meio após vencer licitação para operar de maneira exclusiva o transporte coletivo municipal em Mauá, a Suzantur segue descumprindo exigências previstas em contrato de concessão firmado junto à Prefeitura, em agosto de 2014.

Sem qualquer tipo de fiscalização por parte da administração municipal, a viação tem operado 49 linhas de ônibus municipais da cidade com frota de 242 veículos, número abaixo dos 248 previstos no item 28 do capítulo 7º do edital de contratação da empresa.

O descumprimento de itens estende-se também à data de fabricação dos veículos. Conforme descrito nos artigos 28 e 29 do edital, “para início de operação, a concessionária deverá dispor de toda a frota operacional e de reserva integrada por veículos zero-quilômetro”, portanto, fabricados a partir de 2014, ano de vigência do contrato. No entanto, ontem, a equipe do Diário encontrou ao menos sete veículos fabricados em 2012 e 2013 no Terminal Central da cidade, o que ainda afronta as regras contratuais dois anos e meio após a assinatura do vínculo.

Os veículos com placas FCN-2853, EWJ-2068, EWJ-2063, FVA-3446, FAF-5308, EWJ-2053 e FAV-1613 têm circulado em linhas de bairros distantes da área central da cidade ou com grande movimentação de passageiros, tais como Jardim Elisabeth, Sertão Acibam, Boa Vista e Vila Mercedes.

O problema da frota antiga já havia, inclusive, sido alvo no ano passado de denúncia feita pelo vereador Manoel Lopes (DEM). Na época, ele encaminhou requerimento formal para o Paço pedindo a listagem de veículos. No entanto, sem nenhuma ação da Prefeitura, o problema persiste sem qualquer punição.

A operação conturbada da Suzantur em Mauá tem colecionado no seu histórico série de reclamações por parte de usuários, em decorrência da extinção de uma linha de ônibus, além da diminuição do itinerário de outras três e do descumprimento constante de horários. Também consta a falta de manutenção em estruturas do sistema de transporte público, como na conservação de pontos de parada e regularização de problemas de bilhetagem, operado pela Bus Fácil, empresa do Grupo Suzantur (leia mais ao lado).

 

PROCESSO CONTURBADO

A Suzantur passou a operar emergencialmente em Mauá, em 2013, quando o ex-prefeito Donisete Braga descredenciou as duas empresas que na época operavam o transporte coletivo do município – a Leblon e a Viação Mauá. O processo, que chegou a causar divergências na própria Prefeitura, é alvo de investigação por parte da Justiça.

Durante a campanha eleitoral, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) prometeu colocar mais uma companhia de ônibus na cidade, como era antes. No entanto, procurada ontem para comentar o assunto, a administração municipal não repercutiu o assunto.

Em nota, a Prefeitura evitou falar sobre a operação de sete veículos fora das normas contratuais, ao dizer que “a idade média da frota, prevista em contrato, é de até cinco anos” e “atualmente não chega a dois anos”.

A administração municipal ainda destacou que o “índice de cumprimento de partidas foi superior a 98% em janeiro. Em 2016, a média foi de 90%.” Além disso, declarou que o prefeito Atila Jacomussi reitera o compromisso por um sistema de transporte público eficiente. Para isso, já foi iniciada a reforma estrutural do Terminal Central, com a previsão de que os trabalhos sejam finalizados em maio.

Procurado pela equipe de reportagem, o proprietário da Suzantur, Claudinei Brogliato, não retornou o contato do Diário para comentar as irregular




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