Política Titulo Acusação
GreenLine tentou burlar licitação em Santo André

Operadora responde a inquérito por usar
documentos falsos em edital de instituto

Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
31/01/2017 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A operadora GreenLine Saúde foi acusada de utilizar documentos falsos em uma licitação aberta pelo IPSA (Instituto de Previdência de Santo André), em 2016.

A empresa foi eliminada do processo, que acabou selecionando a Intermédica, do Grupo Notredame, para a prestação dos serviços de Saúde aos servidores pelo período de um ano. O valor da licitação foi de R$ 66,1 milhões, para o atendimento de 27 mil beneficiários – dentre servidores e dependentes.

A descoberta da falsificação ocorreu em março do ano passado e foi aberto inquérito para investigar as responsabilidades do caso.

Segundo a investigação, um representante comercial apresentou duas cartas de acordo comercial, que traziam os laboratórios Casa da Esperança e Laboratório de Análises Clínicas Robert Koch como credenciados da rede da GreenLine.

No entanto, as duas empresas alegaram que suas assinaturas foram falsificadas e que não fazem parte da rede de clínicas da operadora.

O Ministério Público relatou em sua investigação que, além da falsificação, a GreenLine também ofereceu um plano de saúde que não estava registrado na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Em seu despacho, o promotor Marcelo Santos Nunes, por outro lado, decidiu pelo arquivamento do inquérito, pela razão de não ter havido qualquer prejuízo ao erário – a GreenLine não chegou a receber dinheiro do IPSA.

Já a investigação realizada pela Polícia Civil anexou ao processo uma confissão do representante comercial da GreenLine, Reginaldo Candido Ferreira, que assumiu a culpa por ter falsificado as assinaturas nos contratos.

Procurada pelo Diário, a operadora informou que “o representante comercial nunca fez parte da GreenLine”. “Antes, tratou-se de um prestador de serviços terceirizado que procurou a empresa em virtude da referida licitação e, tão logo foram identificadas as irregularidades apontadas pela reportagem, foi desligado de todas as formas, sendo, inclusive, objeto de medidas legais por parte da GreenLine.”

A empresa afirmou ainda que preza pela lisura nas relações comerciais. “Todas as participações da GreenLine são feitas observando o cumprimento e obediência de todas as exigências licitatórias, bem como os preceitos estipulados pela Lei de Licitações (8.666/93)”, destacou a nota.

No fim de 2016, a Prefeitura de São Caetano assinou contrato com a GreenLine Saúde para operar o convênio médico dos servidores do Paço e da Câmara, pelo valor de R$ 25 milhões por um ano, para quase 14 mil beneficiários, entre servidores, aposentados e dependentes.

Prefeitura fará auditoria em contrato

O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), afirmou ontem que o contrato da Intermédica, que faz parte do Grupo Notredame, para a prestação dos serviços de saúde aos servidores ligados ao IPSA (Instituto de Previdência de Santo André) passará por auditoria pelo período de 30 dias.

“Apesar de não ter qualquer relação com a atual gestão, queremos dar total transparência aos contratos e convênios que estão em vigor. Nos chamou a atenção a gravidade do caso relatado durante a licitação do plano de saúde e por isso vamos acompanhar de perto”, destacou o chefe do Executivo andreense.

Na opinião de Paulo Serra, a qualidade do serviço prestado também precisa ser analisada pela Prefeitura. “É um convênio que afeta a vida de muitas famílias da nossa cidade. Além dessas questões legais, já recebemos reclamações quanto à rede oferecida, que possui poucas clínicas em Santo André. Queremos dar mais qualidade para servir de referência em nossa gestão”, completou o prefeito.

O governo do tucano criou no início de janeiro comissão que analisa todos os contratos da Prefeitura. Além disso, o pagamento de dívidas foi congelado pelo período de 90 dias. 




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