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Vietnã comemora 30 anos do fim da guerra
Da AFP
30/04/2005 | 13:53
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A cidade de Ho Chi Minh, que tem o nome do líder do Vietnã moderno, comemorou neste sábado os 30 anos do fim da guerra contra os Estados Unidos, que terminou em 30 de abril de 1975, deixando de lado a ortodoxia comunista para celebrar seu desenvolvimento, o capitalismo e o consumo em massa.

Com exceção de Raúl Castro, irmão de Fidel e número dois do regime cubano, poucos estrangeiros foram convidados para os festejos, essencialmente dedicados aos vietnamitas. Os principais dirigentes do Estado e do PCV (Partido Comunista do Vietnã) se reuniram na cidade para comemorar o aniversário da queda de Saigon, capital do regime do Vietnã do Sul pró-EUA, nas mãos das tropas comunistas.

Mais de 50 mil pessoas, incluindo 10 mil soldados, policiais e estudantes, foram mobilizados ao longo da avenida Le Duan, que desemboca no antigo palácio presidencial, transformado em "palácio da reunificação". "Esta glória e esta vitória correspondem ao heróico povo vietnamita", declarou Nguyen Minh Triet, membro do comitê político do PCV.

No entanto, o regime de Hanói impôs uma propaganda mínima a uma cidade que girou completamente para o capitalismo e na qual dois terços de seus habitantes não vivenciaram a guerra.

O presidente Tran Duc Luong homenageou o papel de "locomotora" desempenhado por uma cidade que representa oficialmente 8,6% da população do país, mas 20% de seu PIB (Produto Nacional Bruto) e 40% de sua produção industrial e suas exportações.

Capitalismo - O desfile militar apenas confirmou a maneira como o pragmatismo econômico se impôs ao comunismo no país. Os mil soldados que desfilaram e a cena de alegria popular pela vitória em torno de um tanque deram passagem a entrada de várias motocicletas, ao estilo Hells Angels, e a jovens adolescentes com roupas coloridas.

As grandes fotos do líder Ho Chi Minh eram alternadas com publicidade dedicada à Internet, ao turismo ou aos bancos. Jovens fantasiados surgiram depois empurrando carrinhos de supermercado repletos de brindes, antes de um dirigível em forma de avião surgir nos céus fazendo propaganda da companhia Vietnam Airlines.

"Prefiro isto a um desfile militar ao estilo Coréia do Norte. É preciso ter um olhar positivo sobre estas celebrações", afirmou um observador estrangeiro.

A parada militar simples confirmou o pouco peso da ideologia nesta cidade materialista, despolitizada e orgulhosa de seu crescimento anual, que no ano passado chegou a 10%, o que representa três pontos a mais que a média anual.

O antigo inimigo americano, que 30 anos depois se transformou em um indispensável sócio da integração econômica internacional, não foi vítima de nenhuma forma de ataque.

Na sexta-feira em Hanói, o primeiro-ministro Phan Van Khai ressaltou o desejo do Vietnã de curar por completo as últimas feridas da guerra. "Fechamos o passado e olhamos para o futuro com respeito pelas pessoas que estavam no campo adverso, tanto no Vietnã como no exterior", declarou.




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