A Indonésia quer melhorar suas relaçoes com Israel, mas nao pretende estabelecer laços formais com o estado judaico até a questao palestina ser solucionada, garantiu o novo chanceler do país, Alwi Shihab. Do total de 210 milhoes de habitantes, 90% da populaçao indonésia é muçulmana, sendo considerada, portanto, como a naçao islâmica mais populosa do mundo.

O chanceler reiterou que o país deveria estabelecer laços econômicos com Israel, enquanto espera o resultado do processo de paz no Oriente Médio. "Abrimos as portas a todos os países, incluindo Israel, de maneira que saibam que temos um novo programa, aberto a investimentos de todos os países", disse Shihab após a cerimônia de juramento do novo gabinete.

Desde sua eleiçao, ocorrida neste mês, o presidente Abdurrahman Wahid deseja uma melhoria das relaçoes com Israel, país em que já esteve duas vezes nos últimos anos. Wahid lidera a organizaçao islâmica Nahdlatul Ulama, que com 30 milhoes de membros assegura ser a maior de seu tipo no mundo, e foi severamente criticado por visitar o estado judaico.

Wahid revelou que gostaria de utilizar os recursos de Israel para ajudar a melhorar a abalada economia indonésia, afetada duramente pela crise financeira na Asia. "Mas abrir nossas portas à cooperaçao nao significa que vamos sacrificar nossos princípios e ferir nossos amigos no mundo árabe, particularmente o povo palestino", salientou. "Nao vamos ter relaçoes diplomáticas com Israel".

Shihab, professor universitário educado nos Estados Unidos e especialista em assuntos islâmicos, afirmou que quer melhorar a reputaçao internacional da Indonésia, manchada por abusos de direitos humanos durante os 32 anos do governo de Suharto.